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Toledo: Ipec é excelente para Lula e reforça chance de vitória em 1º turno

Colaboração para o UOL, em São Paulo

19/09/2022 22h07

A nova pesquisa Ipec para presidente da República, divulgada hoje, trouxe boas notícias para o candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Para o colunista do UOL José Roberto de Toledo, os números reforçam a chance do petista derrotar Jair Bolsonaro (PL) ainda no 1º turno.

Os números mostram que Lula segue liderando a disputa pela Presidência da República, com 47% das intenções de voto, enquanto Bolsonaro segue estável com 31%. Considerando apenas os votos válidos, Lula teria 52% dos votos.

"Existe a possibilidade [de vitória no 1º turno] e é uma notícia excelente para o Lula. Se a estratégia dele é tentar ganhar no 1º turno fazendo de conta que não é, você ter um um ponto a mais no voto válido te coloca no limite da margem para não ganhar. O mais provável é que ele ganhasse se a eleição fosse hoje, porque ele tem 52% e no limite ele teria 50% ou 54%. Então há mais cenários em que ele venceria no 1º turno do que não", disse Toledo durante o Análise de Pesquisas.

Ele também destacou que em eleições anteriores o PT nunca venceu uma disputa presidencial no 1º turno, fosse com Lula ou Dilma Rousseff. O motivo, segundo Toledo, era porque existia um voto "envergonhado" na direita que impedia essa vitória. Nessas eleições, entretanto, o cenário é diferente.

"Nessa eleição é diferente, o voto envergonhado é no Lula porque você declarar voto no Lula é arriscado. Você pode perder a sua marmita ou sua vida, dependendo do lugar onde você falar. Tem gente intimidada em declarar voto no Lula".

"O que acho que pode acontecer é além de um voto útil, haver um voto envergonhado. Não é envergonhado, um voto amedrontado no Lula que pode fazer com que na reta final ele cresça e supere essa barreira, saia da margem de erro da vitória no 1º turno", concluiu Toledo.

Bolsonaro derrapa sempre que tenta fazer aceno ao eleitorado feminino, diz pesquisadora

"Toda vez o Bolsonaro tenta chegar nas mulheres, toda vez que ele sai do pragmatismo ou da estratégia de campanha ele derrapa e derrapa feio", disse a cientista política Deisy Cioccari durante o Análise de Pesquisas.

Ela ainda destacou a tentativa do presidente de usar a imagem de Michelle Bolsonaro para se aproximar desse eleitorado, mas que acabou não surtindo muitos efeitos. Além disso, relembrou o histórico machista de Bolsonaro.

"Com mulheres isso [grosseria] é muito visível, então é praticamente impossível votar nele. O histórico dele é esse e toda vez que tenta fazer um apanhado ou dar algum aceno para as mulheres ele derrapa e no final volta para esse machismo tóxico que é muito forte no governo dele", finalizou.

Bombig: Para o Bolsonaro agora só vai restar o terror

"Acho que para o Bolsonaro agora só vai restar o terror. Imagino que se o Datafolha vier nessa tendência também vai ser uma campanha de terror, terror, terror total contra o PT, contra o Lula e botando medo", disse o colunista do UOL Alberto Bombig.

Ele também pontuou que todas as estratégias anteriores adotadas por Bolsonaro não surtiram o efeito desejado nas pesquisas de intenção de voto. "Distribuir dinheiro não deu certo, falar de economia não deu certo, até porque a economia não está boa, baixar um pouquinho o preço de botijão e combustível também não deu certo."

Por fim, Bombig afirmou que a eleição começou a ser decidida há mais de um ano, quando o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Edson Fachin anulou os processos envolvendo Lula.

"Estamos falando de uma eleição que foi decidida em março de 2021, quando o Fachin anulou os processos do Lula. Ali ele decidiu a eleição e olha, mesmo em março de 2021, o Bolsonaro teria mais de um ano para se preparar e ele não olhou para o Nordeste e não implementou uma política pública de longa duração que pudesse ajudar os mais necessitados", concluiu.

O Análise de Pesquisas vai ao ar sempre após a divulgação de pesquisas Ipec ou Datafolha para Presidência da República.

Quando: toda semana após divulgação de pesquisa Ipec ou Datafolha.

Onde assistir: Ao vivo na home UOL, UOL no YouTube e Facebook do UOL. Veja a íntegra do programa: