Cientista não dá nem pitaco em Saúde quando quem manda é um general pançudo
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Adivinhem o que acontece quando um general da ativa, assessorado por milicos da reserva, cuida do Ministério da Saúde... Leiam o que informa o Painel, da Folha:
O primeiro contato do ministro Eduardo Pazuello (Saúde) com os pesquisadores chamados para ajudar o governo a montar o plano de vacinação contra a Covid-19, em 1 de dezembro, esteve mais para monólogo que troca de ideias. Os convidados encontraram os microfones silenciados na sala virtual, enquanto o ministro e seus auxiliares apresentavam o plano do governo. Aos especialistas, a ordem era perguntar ou fazer considerações apenas por escrito, em mensagens dentro do aplicativo. O Ministério encerrou a reunião sem dar voz aos participantes e informou que responderia às questões em até sete dias. A resposta nunca chegou. A Abrasco (Associação Brasileira de Saúde Coletiva), uma das entidades que representam os especialistas, prepara carta ao STF informando que eles não participaram da elaboração do plano de vacinação do governo, apesar de terem sido citados pela Saúde.
RETOMO
Aí está expressa toda a boa-fé da pasta. Ora, por que especialistas e cientistas falariam num evento dessa natureza? Estavam lá para receber lições de um pançudo, um sedizente especialista em logística.
Os doutores não tiveram direito a voz, mas depois seus respectivos nomes foram parar num documento com cujo conteúdo não concordam.
A gente começa a entender melhor também o passado, não é mesmo?
Assim é numa democracia. Imaginem essa gente com uma ditadura na mão, incluindo instrumentos jurídicos de exceção.
É claro que os outros dois Poderes da República, nesse particular, estão acoelhados. Um deles, o Legislativo, infelizmente, está sendo comprado aos poucos, no varejo, pelo "emendismo", administrado por outro general: Luiz Eduardo Ramos. Eu nada tenho contra emendas parlamentares, deixo claro. Desde que elas não sirvam de mortalha.
Quanto ao Supremo, vamos ver. Luiz Fux já deveria ter falado um bastante genérico, mas muito claro: "O STF não faltará aos brasileiros".
Ainda não o fez. Prefere perder tempo puxando o saco do empresário Sergio Moro, sócio de uma empresa controlada por uma holding offshore que fica num paraíso fiscal.
Que dias miseráveis estes!
Ah, sim: a pança física de Pazuello é irrelevante. O problema é a pança, digamos, política. Ele acha que pode empurrar tudo com a barriga.