Topo

Reinaldo Azevedo

ANÁLISE

Texto baseado no relato de acontecimentos, mas contextualizado a partir do conhecimento do jornalista sobre o tema; pode incluir interpretações do jornalista sobre os fatos.

Na Folha: Golpistas não passam off a este colunista. Topam falar em on?

Jair Bolsonaro no leito de hospital, foto publicada em suas redes sociais, e Cristo Morto, de Mantegna, a imagem que inspirou a propaganda do falso Messias e verdadeiro Jair - Reprodução/Reprodução/Montagem
Jair Bolsonaro no leito de hospital, foto publicada em suas redes sociais, e Cristo Morto, de Mantegna, a imagem que inspirou a propaganda do falso Messias e verdadeiro Jair Imagem: Reprodução/Reprodução/Montagem

Colunista do UOL

16/07/2021 05h52

Receba os novos posts desta coluna no seu e-mail

Email inválido

Deixo aqui um recado a militares que eventualmente se vejam tentados a manter comigo uma conversa ao pé do ouvido. Não contem com esta coluna, com o blog que mantenho no UOL ou com o programa diário de rádio O É da Coisa, que ancoro na BandNews FM, para ameaçar o processo eleitoral e para fazer a apologia do golpe. Poderão dizer os golpistas: "E quem precisa de você, Reinaldo? Já temos tantos e tantas para mandar nossos recados. Pare de regular mixaria!". Sou assim mesmo. Tenho esse lado que alguns hão de considerar meio mixuruca, sabem? Não torno disponíveis a gente que não presta mesmo as pequenas dimensões do meu quintal. Pela minha cerca, não passarão.
(...)
Que diferença há entre dar voz a militares sem rosto que ameaçam o processo eleitoral e publicar offs do PCC, do Comando Vermelho, das milícias ou de grupos terroristas que decidissem deixar claro à sociedade quais são as suas reivindicações? Quem quer que falasse com esses para revelar artimanhas do mundo criminoso e para denunciar outros bandidos, bem, então o off é não só o caminho aceitável como pode ser o desejável. Desde, é claro, que a publicação fosse precedida da apuração para verificar a veracidade do que dissessem. Mas seria um erro grotesco --e, portanto, associar-se ao crime -- manter uma conversa ao pé do ouvido com marginais, fardados ou não, que decidissem usar o jornalismo para veicular ameaças ou reivindicações da "categoria". O procedimento acaba por constituir um dos instrumentos de uma espécie de normalização do crime, como se este pudesse fazer parte da nossa rotina e como se, prestem atenção à expressão, no dia seguinte, houvesse amanhãs.
(...)
Quanto a Bolsonaro e seu entorno, considere-se: ninguém por ali bate bem dos pinos, mas há método. A foto divulgada nas redes do herói moribundo, mas com ar beatífico, como triunfo do martírio, é uma cola plástica do "Cristo Morto", de Mantegna (1431-1506).
(...)
Íntegra aqui