Reinaldo Azevedo

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Opinião

NYT analisa a contagem da oposição e conclui ser crível a derrota de Maduro

O jornal norte-americano "The New York Times" submeteu a um grupo de pesquisadores dados parciais, mas amostragem significativa, da eleição na Venezuela.

Em texto traduzido pelo Globo, o NYT explica por que é bastante provável que o candidato da oposição, Edmundo González, tenha vencido a eleição. E por ampla margem.

Seguem trechos:
"Resultados parciais das eleições, fornecidos ao The New York Times por um grupo de pesquisadores associados à principal aliança de oposição da Venezuela, apontam novas evidências que questionam o resultado oficial.

Seus números sugerem que o candidato da oposição, um diplomata aposentado chamado Edmundo González, na verdade venceu Maduro por mais de 30 pontos percentuais. A estimativa dos pesquisadores para o resultado — 66% a 31% — é semelhante ao resultado obtido"o por uma pesquisa independente de boca de urna realizada no dia da eleição em todo o país.

Segue o jornal:
Não foi possível para o Times verificar independentemente as contagens subjacentes, que os pesquisadores dizem terem sido coletadas a partir de recibos de papel produzidos por cerca de mil máquinas de votação, cerca de três por cento do total do país. Até quarta-feira, a autoridade eleitoral controlada pelo governo da Venezuela ainda não havia divulgado resultados detalhados, apesar da crescente pressão internacional.

Mas vários analistas independentes de pesquisas e eleições revisaram a abordagem dos pesquisadores e disseram que, com base nas contagens compartilhadas pelos pesquisadores, as estimativas pareciam críveis. E, dadas as contagens parciais, o Times conseguiu replicar amplamente as estimativas dos pesquisadores para o resultado dentro de dois pontos percentuais [de margem de erro].

O jornal, como já ficou claro, relata que os dados foram colhidos junto a fontes que se opõem a Maduro, mas explica por que os dados têm credibilidade:
"Há cerca de 30 mil máquinas de votação na Venezuela. Após o fechamento das urnas, cada máquina imprime uma contagem de votos, e os voluntários que observam a votação em nome dos partidos políticos têm o direito legal de obter uma cópia.

Para estimar a contagem geral dos votos, o grupo de pesquisa, chamado AltaVista, criou uma amostra aleatória de 1,5 mil máquinas de votação em todo o país, cerca de 5 por cento do total. Eles projetaram a amostra para representar proporcionalmente a geografia e a partidarismo do país.

Após o fechamento das urnas, a AltaVista começou a coletar cópias digitalizadas das contagens coletadas pelos voluntários da oposição. A intimidação por parte dos apoiadores do governo, falhas organizacionais e cobertura de celular irregular impediram os pesquisadores de obter todas as contagens da amostra, mas eles coletaram e verificaram dados de mais de dois terços desses distritos eleitorais.

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AltaVista tornou os dados, incluindo imagens dos recibos impressos, públicos na noite de terça-feira."
(...)
Analistas independentes de pesquisas e eleições disseram que a metodologia e as técnicas da AltaVista pareciam sólidas. Dorothy Kronick, uma especialista em dados eleitorais venezuelanos da Universidade da Califórnia, Berkeley, avaliou independentemente a validade da amostra dos pesquisadores da oposição a pedido do Times. Ela chegou a uma conclusão semelhante.
(...)

Opinião

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.

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