Zelensky esnobou Lula-Xi e agora é esmagado por Trump-Putin: 'Perdi tudo'
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Coitado de Volodomyr Zelensky! Hoje eu estou virado no Machadão, o de Assis. E me ocorre uma fala de Estácio em "Helena", quando diz ao interlocutor: "Perdi tudo, padre-mestre".
Vamos ver. Parece evidente que, na rodada de negociações na Arábia Saudita, o que ficou realmente acordado é que Estados Unidos e Rússia dividirão o espólio da Ucrânia. Trump vai cobrar os minerais das chamadas "terras raras", a um preço que pode superar o que os americanos investiram na guerra, e Vladimir Putin ficará com a Crimeia e com os territórios que conquistou a leste do país vizinho. Restará a Zelensky tentar convencer os seus de que foi um baita negócio. Não vai. Quando o troco acabar, estará liquidado politicamente.
A Ucrânia aceitou ontem os termos de um cessar-fogo de 30 dias. Agora falta literalmente combinar com os russos. De imediato, os EUA voltaram a compartilhar com Kiev dados de inteligência e prometeram uma nova ajuda de US$ 1 bilhão. Vamos ver o que diz o czar...
No dia anterior, Marco Rubio, secretário de Estado americano, já havia deixado claro o que calara no Salão Oval da Casa Branca, enquanto Trump e seu vice, J. D. Vance esmagavam Zelensky. Afirmou Rubio na Arábia Saudita:
"Acho que os dois lados precisam chegar a um entendimento de que não há solução militar para essa situação. A coisa mais importante com a qual temos que sair daqui é uma forte sensação de que a Ucrânia está preparada para fazer coisas difíceis, assim como os russos terão de fazer coisas difíceis para acabar com esse conflito ou, pelo menos, interrompê-lo de alguma forma. Os russos não podem conquistar toda a Ucrânia e, obviamente, será muito difícil para a Ucrânia, em qualquer período de tempo razoável, forçar os russos a voltarem para onde estavam em 2014?.
Em outras palavras: a concessão da Rússia será estancar o avanço sobre a Ucrânia. É como se Trump dissesse a seu amigão Putin: "Vamos parar por aqui! Faça, por favor, o sacrifício de não expandir seus domínios". E Zelensky? Terá de pagar o espólio de guerra ao aliado, os EUA, e ficar com o inimigo bem mais perto do que estava antes.
Em setembro, há menos de seis meses, Zelensky esculhambou o Brasil e a China em discurso na ONU, sempre encantado com a própria voz:
"Quando a dupla sino-brasileira tenta aumentar seu coro de vozes - com alguém na Europa, com alguém na África - levantando uma alternativa a uma paz plena e justa, surge a pergunta: qual é o verdadeiro interesse? Todos precisam entender, vocês não aumentarão seu poder às custas da Ucrânia".
Lula também havia discursado na ONU:
"Criar condições para a retomada do diálogo direto entre as partes é crucial neste momento. Essa é a mensagem do entendimento de seis pontos que China e Brasil oferecem para que se instale um processo de diálogo e o fim das hostilidades".
Brasil e China propunham um começo de conversa entre Ucrânia e Rússia com estes pressupostos:
1: evitar a escalada da guerra;
2: convocar uma conferência internacional de paz;
3: assistência humanitária e troca de prisioneiros;
4: não utilização de armas de destruição em massa;
5: preservar alvos nucleares, como usinas, por exemplo;
6: preservação das cadeias industriais e de abastecimento global
Lula respondeu, então, ao ataque de Zelensky em entrevista a jornalistas:
"Temos uma tese: que é importante começar a conversar. Eu vou dizer mais. Se ele fosse esperto, diria que a solução é diplomática, não militar. Isso depende da capacidade de sentar e conversar, tentar..."
Um mês antes, em agosto, Zelensky ousou dar aula de geopolítica para Lula em entrevista a Luciano Huck. Misturou alhos com bugalhos, meteu, sabe-se lá por quê, a Coreia do Norte no rolo e engrolou:
"Ele [Lula] pensa na Rússia como se hoje ainda existisse a União Soviética. A China é um país democrático? Não. E o que dizer sobre o Irã? É um país democrático? Não. E o que dizer da Coreia do Norte? Eles não são países democráticos. Então, o que o Brasil, um grande país democrático, faz nessa companhia? Eu não consigo entender esse círculo de países. É normal quando você tem relações econômicas, mas estamos falando sobre uma guerra, não é sobre relações econômicas. É sobre geopolítica, é sobre valores, é sobre pessoas. É sobre democracia, propósito e liberdade. O que um país democrático e livre como o Brasil está fazendo junto com países que não respeitam estes valores? Quem vai ganhar essa queda de braço? O Brasil vai engolir esses quatro aliados ou esses quatro aliados vão engolir o Brasil?"
Zelensky, o "professor" de estratégia e geopolítica, pagará um espólio de guerra multibilionário aos EUA, do qual a Ucrânia nunca vai se livrar, e entregará território a Putin, a quem ainda caberá decidir se aceita ou não o cessar-fogo. E tudo negociado no "democrático" território da Arábia Saudita...
O presidente ucraniano rejeitou a negociação e a mediação que Lula e Xi Xinping ofereceram. Terá de ficar com a humilhação e a derrota absoluta que Trump e Putin estão lhe impondo.
"Perdi tudo, padre-mestre".
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