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Para Alexandre de Moraes, "não cabe ao TSE" apurar se PRF mirou o Nordeste
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O presidente do Tribunal Superior Eleitoral, ministro Alexandre de Moraes, disse em sua entrevista coletiva de imprensa na tarde deste domingo, 30, que não cabia ao TSE apurar se as operações da Polícia Rodoviária Federal, ao longo do dia, se concentraram na região Nordeste.
"A questão de onde é feita a operação não é da alçada do TSE", disse o ministro em resposta a Mariana Muniz, do jornal O Globo. A pergunta fazia todo o sentido. Afinal, segundo as pesquisas, é no Nordeste que se concentram os eleitores que se declaram mais propensos a votar em Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para presidente.
Também é nessa região onde há maior predominância de eleitores de baixa renda e, portanto, usuários de meios de transporte coletivo que foi o alvo principal das operações da PRF. Se as operações tiveram como principal alvo as estradas do Nordeste, elas, teriam potencial de aumentar de promover uma abstenção em favor do presidente Bolsonaro.
Vale lembrar que o diretor-geral da PRF, Silvinei Vasques, foi nomeado pelo presidente da República. Ele publicou neste sábado (29) em uma rede social mensagem em que pediu votos para Bolsonaro. Apagou a postagem neste domingo.
Na resposta à mesma jornalista, Moraes fez questão dizer que a justiça eleitoral já concluiu que as operações podem ter atrasado a chegada na zona eleitoral, mas "os eleitores votaram".
Enfim, não teve problema, porque ninguém teria deixado de votar devido às operações e não caberia à Justiça eleitoral apurar se o PRF privilegiou atrapalhar o trânsito nas regiões com maior concentração de intenções de voto para Lula.
No mínimo, parece que o presidente do TSE chegou a conclusões apressadas e está deixando de apurar consequências eleitorais das operações, portanto, algo que cabe sim ao TSE.
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