Forças Armadas esperam decisão da Justiça sobre general Lourena
Surpreso com o envolvimento do general Mauro Cesar Lourena Cid nas operações irregulares de compra e venda de presentes recebidos pelo ex-presidente Jair Bolsonaro de autoridades de outros países, o comando das Forças Armadas tentará preservar a instituição. .
O general Lourena Cid é pai do tenente coronel Mauro Cid, que foi ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro.
A coluna perguntou ao ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, como as Forças Armadas reagem às informações obtidas pela PF. Múcio respondeu laconicamente:
"Estamos aguardando a posição da justiça."
Na verdade, os militares foram surpreendidos com a informação de que a Polícia Federal conseguiu provas de que o general participou das operações de compra e venda de presentes do acervo da Presidência da República.
O general Lourena Cid atuava nos Estados Unidos em cargo comissionado do governo federal na Apex (Agência Brasileira de Promoção de Investimentos).
A PF teria descoberto que, entre os presentes negociados, estavam inclusive o relógio Rolex cravejado de diamantes presentado quando Bolsonaro visitou a Arábia Saudita.
Segundo o colunista do UOL Aguirre Talento, o general chegou a emprestar sua conta bancária no exterior para o recebimento de valores desses negócios.
A investigação também teria detectado que Frederick Wassef, da equipe de advogados de Bolsonaro, entrou no esquema com o objetivo de recomprar parte desses bens para devolvê-los ao Tribunal de Contas da União (TCU) quando as apurações começaram a mirar as joias dadas a Bolsonaro.
Integrantes do Alto Comando das Forças Armadas já não estranhavam mais as sucessivas notícias envolvendo em irregularidades Mauro Cid, o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro. Mas seu pai, o general Lourena Cid goza de grande prestígio entre seus pares, o que causou espanto sobre seu envolvimento.
Segundo o jornalista Valdo Cruz, colunista da Globo News, a Polícia Federal teria informado com antecedência ao comando do Exército sobre os indícios contra o general.
Desde então a decisão foi deixar o caso avançar na Justiça, mas acompanhando seus desdobramentos. Se for mesmo comprovado que Lourena Cid agia como uma espécie de camelô do ex-presidente nos EUA, o Exército não pretende fazer pressão a seu favor.
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