Para caciques da aliança de Ricardo Nunes, o vice coronel Mello "é pesado"
A opinião foi unânime entre os convidados do governador Tarcísio Vieira (Republicanos) no jantar desta-quarta-feira,19, que reuniu os caciques da aliança de partidos que apoiam a candidatura à reeleição do prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB): o coronel Mello Araújo (PL) será um candidato "pesado" a vice na chapa.
"Pesado" quer dizer que será "difícil de carregar", segundo explicou à coluna um dos participantes do encontro. "O correto é um vice leve e que traga votos. O coronel não é nada disso", explicou.
Mas todos acharam que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) não abrirá mão da indicação. Como o voto dos bolsonaristas é considerado decisivo para a vitória na eleição de outubro, a conclusão geral foi de que "o jeito é aceitar".
O anúncio formal do nome de vice só não foi feito porque o União Brasil ainda demonstrou resistência. Milton Leite, presidente do partido em São Paulo, não compareceu ao jantar. Falou por vídeo que não poderia estar presente porque a legenda ainda tem um pré-candidato a prefeito, o deputado Kim Kataguiri.
Leite também não considera boa a escolha do coronel Mello Araujo como vice da chapa. Mas foi informado pelos presidentes de partido presentes que já estavam fechados em torno da indicação de Bolsonaro e que só voltariam atrás se o ex-presidente desistisse. A ideia é formalizar o anúncio nesta sexta-feira, 21.
Jair Bolsonaro não podia participar presencialmente porque está proibido pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), de se encontrar com o presidente do PL, Valdemar Costa Neto.
Além de Ricardo Nunes e do coordenador de seu plano de governo, o ex-governador Rodrigo Garcia (sem partido), estavam presentes os presidentes nacionais de partidos aliados: Gilberto Kassab (PSD), Baleia Rossi (MDB), Ciro Nogueira (PP), Marcos Pereira (Republicanos), Paulinho da Força (Solidariedade) e Renata Abreu (Podemos).
A opinião dos caciques sobre o vice escolhido para a chapa acompanha o que pensa a maioria dos bolsonaristas. Mas não foi comentada a hipótese já em discussão na base aliada de Ricardo Nunes, de que sua candidatura a prefeito seja abandonada pelo próprio Bolsonaro, se outro candidato bolsonarista avançar nas pesquisas.
Conforme esta coluna já antecipou, o abandono da candidatura de Ricardo Nunes já é amplamente discutido por deputados bolsonaristas, os bastidores, depois que o coach Pablo Marçal (PRTB) apareceu nas pesquisas em terceiro lugar.
O deputado Delegado Palumbo (SP), um bolsonarista do MDB de Ricardo Nunes, disse à coluna que o prefeito só está antecipando o anúncio do coronel Mello como vice "porque o Pablo é um forte candidato a ganhar toda direita".
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