PF avalia que caso das joias é o mais perto de levar Bolsonaro à prisão
Investigadores da Polícia Federal acreditam que estão "muito próximos de comprovar" o envolvimento direto do ex-presidente Jair Bolsonaro na compra e venda das joias presenteadas pela Arábia Saudita ao governo brasileiro.
São dois os caminhos que na avaliação dos policiais trarão as provas definitivas: 1) rompimentos de sigilos bancário e fiscal; 2) mensagens arquivadas em celulares.
No primeiro caso - dos sigilos bancários e fiscais - a Policia Federal avalia que tanto o tenente coronel Mauro Cid como seu pai, o general Lourena Cid, podem ter registros dos recursos provenientes da venda das joias.
Se forem encontradas remessas para Bolsonaro ou familiares o envolvimento do ex-presidente estará comprovado.
No segundo caso - das mensagens arquivadas em celulares - a maior expectativa dos investigadores é de que ainda apareçam novidades nas trocas de mensagens de Mauro Cid com seu pai e com o próprio Bolsonaro.
Também é grande a expectativa sobre os quatro celulares apreendidos de Frederick Wassef, advogado de Bolsonaro. Haveria até, entre eles, um aparelho reservado para contatos diretos com o ex-presidente.
É por depositar grandes expectativas na obtenção de novas provas que a Polícia Federal não está apostando no caminho das delações premiadas para pegar Bolsonaro. A avaliação é de que os sigilos e as mensagens se constituem em provas mais robustas do que delações.
Se os sigilos e as mensagens comprovarem a participação direta do ex-presidente na compra e venda das joias, segundo a PF, caberá à Procuradoria Geral da República e ao Supremo Tribunal Federal decidir o momento mais oportuno para a prisão.
Aí terá que ser pesada também a questão política resultante da eventual prisão do ex-presidente. Será preciso avaliar se a prisão causará algum tipo de comoção social ou não.
No Supremo Tribunal Federal, a avaliação é que, quanto mais dados aparecerem contra Bolsonaro, menor será a probabilidade de grandes manifestações contra sua prisão.
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