Lula não tem pressa no encontro sugerido em carta por Javier Milei
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva não tem a menor pressa em se reunir com o presidente da Argentina, Javier Milei.
Encontro entre os dois chefes de Estado foi sugerido por Milei em carta enviada no último dia 22.
Na carta, Milei formalizou a recusa de integrar BRICS, bloco de países formado por Brasil, Rússia, Índia China e África do Sul.
Milei afirmou no texto que não considera "oportuna" a adesão de seu país ao grupo, para o qual foi convidado, em agosto, junto com outros quatro países.
A recusa não surpreendeu o Planalto. Em agosto durante visita ao Brasil, Diana Mondino, a nova ministra das Relações Exteriores da Argentina, havia antecipado, que seu país não iria aderir ao bloco.
O que mais surpreendeu o governo brasileiro foi a reafirmação de Milei, na carta, do interesse em reunir-se com Lula para "manifestar sua consideração" pelo presidente brasileiro.
A insistência nessa manifestação de apreço surpreende na medida em que Javier Milei não se cansou de xingar Lula durante a campanha eleitoral.
Milei chegou, inclusive, a chamar o ex-presidente Jair Bolsonaro para sua posse, antes de enviar um convite formal a Lula.
Agora o mandatário brasileiro prefere esperar para ver como se desenrola a situação interna na Argentina.
Javier Milei editou um pacotaço de medidas econômicas que causaram grande reação popular. Não está claro nem sequer se o Congresso irá referendar as medidas.
Especula-se, na Argentina sobre a possibilidade de as manifestações populares assumirem tais proporções que tornem impossível a permanência do novo presidente no cargo.
Lula está sendo aconselhado por seus auxiliares e aguardar até que o quadro fique mais claro para, então, decidir como proceder com relação a Javier Milei.
Por enquanto, a ideia é manter relações formais num nível "razoável", protocolar, pelos canais diplomáticos dos dois países.
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