Tales Faria

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Lula e Bolsonaro esquentarão no 2º turno a polarização que foi fraca no 1º

Tanto o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) como o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) apareceram pouco na disputa pela Prefeitura de São Paulo neste primeiro turno das eleições. Lula chegou a viajar para o México num momento crucial da campanha, e Bolsonaro praticamente só deu as caras nos últimos momentos.

A busca por novos eleitores fora de seu campo original foi o principal objetivo dos candidatos dos dois grupos no primeiro turno. Com isso, a polarização foi adiada. Mas agora tanto a cúpula do PT como a do PL preveem que os dois líderes políticos entrarão com força total a favor de seus candidatos no segundo turno.

"Vou entrar de cabeça", anunciou Bolsonaro em entrevista neste domingo, 6. Lula já havia previsto, em janeiro, o que chamou de "uma confrontação direta entre entre eu e a figura" em São Paulo.

O ex-presidente promete arrastar para Ricardo Nunes todos os votos dos bolsonaristas depositados em Pablo Marçal. Já a equipe de Boulos acredita que, além da maior parte dos votos de Tabata Amaral (PSB) e José Luiz Datena (PSDB), receberá eleitores do próprio Ricardo Nunes irritados com sua aproximação a Bolsonaro.

Essa aproximação entre Nunes e Bolsonaro é que poderá abrir as portas de São Paulo para aumentar a participação de Lula na campanha a favor de Boulos, apesar de o prefeito integrar um partido da base de apoio ao governo federal no Congresso, o MDB.

Mas a polarização não ocorrerá só em São Paulo. Lula e Bolsonaro já têm enfrentamento direto marcado, neste segundo turno, em Fortaleza, Natal e Cuiabá. Nessas capitais, o PT e o PL disputarão o segundo turno.

O confronto deve se estender a outros lugares. O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e o ministro das Minas e Energia, Alexandre Silveira, cobram a presença de Lula em apoio ao prefeito Fuad Noman (PSD), que disputará o segundo turno contra Bruno Engler, do PL de Bolsonaro.

O mesmo ocorre no Pará. O governador Helder Barbalho (MDB) conta com um apoio firme de Lula a seu candidato a prefeito de Belém, Igor Normando (MDB), contra o bolsonarista Eder Mauro (PL).

Em Porto Alegre, o PT cobra a presença de Lula em apoio à candidata do partido, Maria do Rosário, que disputará o segundo turno contra o prefeito Sebastião Melo. O problemas aí é que Melo é do MDB, que integra a base de apoio do governo federal no Congresso. Mas se Bolsonaro fizer campanha na capital gaúcha, Lula se verá livre para entrar.

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O presidente deseja evitar confronto com o centrão nessas eleições municipais. Os partidos de centro foram os grandes vitoriosos do primeiro turno e integram a base parlamentar de apoio do governo federal.

O PT obteve um resultado ambíguo neste primeiro turno, que inspira cuidados do presidente da República. Por um lado, seu partido aumentou o número de prefeituras conquistadas em relação às eleições municipais de 2020. Foram 251 agora, contra 182 no primeiro turno das eleições passadas.

Segundo o Palácio do Planalto, isso se deveu a uma estratégia acertada, de aumentar o número geral de candidaturas e escolher as cidades onde o PT tinha mais chances de ganhar. Mas o PL, de oposição, foi o partido que mais elegeu prefeitos nas 200 maiores cidades do país.

Para contrabalançar a força do partido de Bolsonaro, o governo precisará, e muito, dos partidos de centro-direita, ou seja, do centrão.

É esse grupo que, na verdade saiu mais forte das eleições. No primeiro turno, o União Brasil foi o segundo mais bem colocado entre os municípios com mais de 200 mil eleitores, seguido do PP. Mas a expectativa é de que, após o segundo turno, PSD e MDB formem os maiores contingentes de prefeitos em todo o pais.

União Brasil, PP, MDB e PSD são os maiores partidos de centro do país, com controle do Congresso. Os prefeitos são decisivos na formação da opinião dos deputados e na definição do relacionamento das bancadas federais com o governo federal.

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Além do mais, esses prefeitos do centrão é que servirão de cabos eleitorais para deputados e senadores e até mesmo para a eleição presidencial de 2026.

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Texto que relata acontecimentos, baseado em fatos e dados observados ou verificados diretamente pelo jornalista ou obtidos pelo acesso a fontes jornalísticas reconhecidas e confiáveis.

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