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Tales Faria

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Lula: 'Se é para cortar, cortamos de militares, políticos, empresas, todos'

O presidente Lula (PT) deve enviar ao Congresso um pacote para cortar gastos de militares, políticos e empresas, afirmou o colunista Tales Faria no Análise da Notícia desta terça (12).

O Lula tem dito nas reuniões dele e nessa última, especialmente com ministros, que pretende enviar ao Congresso um pacote de cortes voltado não só para o que ele chama de 'andar de baixo', mas também para a 'turma de cima'. Isso inclui, segundo os interlocutores do presidente, as emendas dos parlamentares ao orçamento, aposentadorias de militares, vantagens e penduricalhos do Judiciário e subsídios às empresas.

A frase exata do presidente que eu apurei foi a seguinte: "Se é para cortar, cortamos de militares, políticos, empresas, todo mundo". É difícil acreditar que o governo acabe mesmo mandando chumbo para todo lado, mas é o que ele tem defendido.
Tales Faria, colunista do UOL

Segundo Tales, o governo ainda não definiu as dimensões dos cortes que serão feitos.

A estratégia seria mandar para o Congresso um pacote que justifique os cortes nos ganhos dos trabalhadores, esses chamados andar de baixo e assalariados, com uma contrapartida no chamado andar de cima. A dimensão desses cortes e onde exatamente eles ocorrerão, por incrível que pareça, ainda não estavam definidos até essa segunda-feira (11). Tem algumas coisas definidas, mas a dimensão exata não está definida.

Os debates incluem os ministérios da Saúde, Educação, Trabalho, Previdência e Desenvolvimento Social, todos os ministros dessas áreas têm reclamado. Houve até casos com os dois ministros (da Previdência, o Carlos Lupi, do Trabalho, o Luiz Marinho), que ameaçaram se demitir. O presidente Lula falou incluir o andar de cima, justamente para acalmar os revoltosos.
Tales Faria, colunista do UOL

Tales ressaltou que o presidente Lula espera reações do Congresso e do Judiciário.

Lula deixou claro que espera protestos também do Congresso e pressões do Judiciário, mas segundo ele, aí todo mundo vai ter que se expor, foi o que argumentou. Por isso que ele pediu ao ministro da Fazenda, o Fernando Haddad, que chamasse para as conversas o ministro da Defesa, o José Mucio. Segundo o Ministério do Planejamento, a ministra Simone Tebet, a Previdência dos Militares causa um déficit de 49,7 bilhões ao orçamento.

O argumento do presidente é que tudo bem, todo mundo tem direito de reclamar, mas tem que se expor ao julgamento da sociedade tanto quanto do governo. Hoje Lula e a equipe econômica teriam novas rodadas de reuniões com integrantes do Ministério da Defesa e da Casa Civil. Não se sabe se vão conseguir fechar os projetos hoje ou amanhã. A ideia é depois discutir com os presidentes da Câmara e do Senado e até do Supremo Tribunal Federal.
Tales Faria, colunista do UOL

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Tales também levantou o gasto com emendas parlamentares, praticamente o que a Fazenda está pedindo de corte. No Análise da Notícia, o colunista José Roberto de Toledo complementou:

São R$ 50 bilhões nesse ano, com um agravante que vem crescendo. Se a gente pegar o que aconteceu com as emendas parlamentares, desde que o Eduardo Cunha, então presidente da Câmara começou esse processo, ele ganhou corpo com Rodrigo Maia e se consolidou totalmente com o Arthur Lira. O aumento é de 11 vezes. É uma multiplicação dos gastos.

O valor aumentou também na gestão do Lira, mas o que o Lira conseguiu nos três primeiros anos como o presidente da Câmara, que talvez consiga de novo no quarto, é uma execução de 90%, 99% das emendas, entendeu? Não deixar nada sem ser pago. Realmente ele conseguiu transformar as emendas, mesmo as não impositivas, em algo quase obrigatório para o governo. E é isso que pode entrar em negociação também, né?
José Roberto de Toledo, colunista do UOL

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Veja abaixo o programa na íntegra:

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