Atentado ressuscita tensões em Brasília e fragiliza projeto de anistia
O projeto de anistia aos envolvidos no ataque aos prédios dos Três Poderes no dia 8 de janeiro de 2023 é uma das principais vítimas do novo atentado dessa quarta-feira, 14, em Brasília.
"Com certeza isso dificulta a aprovação da anistia. Não dá para conceder impunidade a essa gente", disse à coluna o líder do PSD no Senado, Omar Aziz (AM).
Se aprovado, o projeto que já está em tramitação na Câmara, acabaria beneficiando o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que está sendo investigado por supostamente comandar o golpe.
O texto é defendido pelos deputados aliados de Bolsonaro sob argumento de que as pessoas que depredaram os prédios do Congresso, do Supremo Tribunal Federal e do Palácio do Planalto eram "apenas baderneiros".
"O projeto já estava perdendo força. Agora não vejo como se possa falar em anistia após mais esse atentado", disse o líder do PT, Odair Cunha (MG). O deputado lembra que o carro onde explodiu a primeira bomba estava estacionado a cerca de 500 metros de seu gabinete.
Líder do governo, José Guimarães (PT-CE) também acredita que a anistia não será aprovada. "Eu já achava que não votaria, agora não tem mais possibilidades de votação", diz.
"Se for comprovado que ele tem uma posição ideológica marcante, fica complicado", argumenta do líder do PSD na Câmara, Antonio Brito (BA), que foi candidato a presidente da Casa.
"O problema é que esse tipo de gente está tomada pelo ódio. Imagina se cruzasse comigo ou com a Gleisi (Hoffmann, deputada e presidente nacional do PT) aqui no Congresso. Essa gente precisa ser punida exemplarmente", disse o deputado Lindbergh Farias (PT-RJ).
No entanto, o presidente nacional do PP, senador Ciro Nogueira (PI), minimiza as consequências do episódio. "Isso tem de ser tratado como o que foi: um ato de loucura, de uma pessoa, um ato inadmissível", disse.
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