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Tarcísio e França acusam Garcia de usar máquina pública para fim eleitoral
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Pré-candidatos ao Palácio dos Bandeirantes, o ex-ministro da Infraestrutura Tarcísio de Freitas (Republicanos) e o ex-governador Márcio França (PSB) acusaram o governador de São Paulo e candidato à reeleição, Rodrigo Garcia (PSDB), de utilizar a estrutura de governo para fins eleitorais.
Conforme revelou o UOL nesta quinta, a três meses da eleição, o governo paulista turbinou a transferência de recursos para investimento livre a prefeitos do interior do estado.
A Secretaria de Desenvolvimento Regional empenhou 88% de seu orçamento anual, a maior parte dele referente a repasses para obras e intervenções propostas por prefeituras. Estão garantidos R$ 1,54 bilhão, a serem distribuídos aos municípios por meio de convênios.
"É lamentável que o governador utilize a máquina pública e o poder que lhe é dado pelo cargo para direcionar recurso de forma claramente eleitoreira e sem nenhuma responsabilidade com uma gestão eficiente", disse Freitas ao UOL.
O índice de empenho da Secretaria de Desenvolvimento Regional é o maior entre todas as secretarias de governo, de acordo com informações da Secretaria de Estado de Fazenda e Desenvolvimento. O segundo lugar é ocupado pela Secretaria de Agricultura, que empenhou 82% de um modesto orçamento de R$ 204 milhões.
"Essa é a velha política, e o paulista não aceita mais isso, que é ainda reflexo da falta de um bom planejamento para São Paulo e, principalmente, do desinteresse em resolver os verdadeiros problemas da população", completou o pré-candidato do Republicanos.
Freitas é o indicado na disputa do presidente Jair Bolsonaro (PL). Nesta quinta, o Senado aprovou PEC (Proposta de Emenda à Constituição) que permite ao presidente furar o teto de gastos e turbinar programas sociais até o fim do ano sem esbarrar em restrições eleitorais, ao custo de R$ 41,25 bilhões.
Márcio França também fez uma crítica ao governador Rodrigo Garcia, acusando-o de gerir o estado com olhar voltado para a disputa de outubro deste ano.
"Com tantos aumentos de impostos, o estado ficou rico e a população, pobre. Enquanto as pessoas estão vivendo nas ruas e enfrentando dificuldades, o governo estadual está focado nas eleições", disse ele ao UOL, numa referência ao fim da isenção de ICMS para diversos produtos, aplicada no ano passado na gestão Doria/Garcia.
Procurado, o candidato do PT ao governo de São Paulo, Fernando Haddad, não quis comentar o incremento dos repasses a municípios por parte do governo de São Paulo na véspera da eleição.
Empate na disputa pelo governo
De acordo com a última pesquisa Datafolha, Freitas e Garcia estão empatados em segundo lugar nas pesquisas de intenção de voto, com 13% das menções, em cenário sem a participação do ex-governador de São Paulo Márcio França (PSB). O levantamento é liderado por Fernando Haddad (PT), que tem 34%.
Em cenário com participação de França, Haddad tem 28%; França, 16%; Tarcísio, 12%; e Rodrigo Garcia, 10%.
Aliados têm afirmado que França não participará da eleição ao governo e ocupará a vaga para o Senado em chapa com Haddad. Esta opção teria sido estimulada pelo decisão do apresentador de TV José Luiz Datena (PSC) de não participar da disputa ao Senado, anunciada nesta quinta.
A hipótese de abandonar a campanha foi negada na noite de ontem pelo pessebista em suas redes sociais.
Governo defende investimentos
Na quinta, o governo de São Paulo defendeu a celeridade de aplicação de recursos da Secretaria de Desenvolvimento Regional. Por meio de nota informou que "a execução de políticas públicas em parceria com os municípios é uma diretriz declarada da atual gestão", com o objetivo de atuar de forma "descentralizada para atender do menor ao maior município".
A administração da gestão de Garcia disse discordar da comparação de execução de orçamento das secretarias, por considerar que os investimentos têm "naturezas distintas" e que tal comparação deveria se dar no encerramento do ano.
Para o governo, a execução de políticas públicas em parceria com os municípios é parte de uma estratégia que tem como prioridade "atender a população de São Paulo em todas as áreas, inclusive o repasse de recursos para que as cidades consigam mais desenvolvimento e ampliem a qualidade de vida dos seus moradores".
Por meio de nota, a Secretaria de Desenvolvimento Regional celebrou a eficácia de aplicação de recursos a municípios. "A Secretaria de Desenvolvimento Regional transfere os recursos diretamente às prefeituras solicitantes, que licitam e executam as obras com prazo máximo de até 720 dias para conclusão e com cumprimentos de exigências legais", informou.
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