É falso que autoridades do Brasil estejam considerando entrar na guerra
Janaína Silva
Colaboração para o UOL
11/10/2024 14h02
Não é verdade que autoridades brasileiras discutem entrar na guerra, como afirma postagem enganosa compartilhada nas redes sociais.
A declaração do comandante da FAB (Força Aérea Brasileira), Marcelo Kanitz, usada nos conteúdos desinformativos, refere-se à operação do primeiro voo de repatriados do Líbano, que desembarcaram no Brasil no sábado (5).
O que diz o post
A postagem compartilha uma gravação na qual o comandante da FAB declara: "Estamos com a aeronave KC-30 já estacionada desde ontem pela manhã, em Lisboa, na base aérea em Lisboa, aguardando então [autorização]". Sobreposto ao vídeo se lê: "AUTORIDADES DO BRASIL DISCUTEM SE VÃO PRA GUERRA. BRASIL CORRE SÉRIO RISCO DE ENTRAR EM GUERRA."
Por que é falso
Kanitz explica resgate, não participação do Brasil na guerra. Em entrevista coletiva realizada no Palácio do Itamaraty, em 3 de outubro, o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, o ministro da Defesa, José Múcio, e o comandante da Aeronáutica, Marcelo Kanitz, detalharam a operação de repatriação (aqui e aqui). No perfil do governo federal no Instagram, um vídeo traz o mesmo trecho da fala do comandante dentro do contexto certo (aqui). No canal do YouTube do Ministério das Relações Exteriores, é possível acompanhar toda a coletiva (aqui e abaixo)
Vídeo original da AFP também explica repatriamento. Publicada no canal do YouTube, no dia 3 de outubro, uma reportagem da AFP informa sobre a retirada do primeiro grupo de 220 brasileiros, realizado semana passada (aqui).
674 pessoas foram resgatas do Líbano pela FAB. Até quinta-feira (10), foram três voos da operação Raízes do Cedro, totalizando 674 brasileiros repatriados até o momento (aqui). Hoje, o Brasil realiza uma nova missão de resgate (aqui).
Lula critica comportamento do governo de Israel e papel da ONU. Desde o início do conflito, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) já fez diversos críticas ao governo de Israel e ao Conselho da ONU (aqui e aqui), sem demonstrar qualquer intenção de entrar no conflito.
Viralização. Nesta sexta-feira (11), no Instagram, a postagem enganosa registrava 6.804 visualizações.
A postagem também foi verificada por Estadão Verifica e Reuters.
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