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Justiça decreta a prisão de dez policiais militares na Bahia

Especial para o UOL Notícias<br>Em Salvador

05/05/2010 10h38

A Justiça de Vitória da Conquista (505 km a sudoeste de Salvador) decretou a prisão de dez policiais militares suspeitos de participar do assassinato de 11 pessoas no final de janeiro deste ano, em represália à morte do soldado Marcelo Márcio Lima Silva. O militar foi morto com um tiro na nuca na periferia do município, o terceiro maior da Bahia, no dia 28 de janeiro.

Para vingar a morte do PM, menos de 48 horas depois, de acordo com testemunhas e o Ministério Público, policiais militares invadiram casas em vários bairros e mataram 11 pessoas --outras três continuam desaparecidas, todas com menos de 18 anos.

A prisão dos militares, entre os quais um tenente, foi determinada pelo juiz Reno Viana Soares. De acordo com a Polícia de Vitória da Conquista, os militares deverão ser presos nesta quarta-feira (5).

Depois de três meses de investigação, os sete procuradores que trabalharam no caso chegaram à conclusão que os policiais participaram dos crimes. Dos dez militares que tiveram suas prisões decretadas, cinco foram reconhecidos por testemunhas. O Ministério Público também produziu laudos demonstrando que algumas balas encontradas nos corpos das vítimas são de uso exclusivo da polícia.

Caso sejam condenados, todos os policiais serão exonerados, segundo a Secretaria da Segurança Pública. No total, o Ministério Público solicitou a prisão de 37 militares, mas o juiz entendeu que as provas mais consistentes envolviam dez. Em sua sentença, o magistrado solicitou mais investigação contra os demais 27.

Os militares que tiveram suas prisões decretadas em Vitória da Conquista são o tenente PM Arlande Ribeiro de Almeida e os soldados Anderson Maciel Silva, Ronildo Vieira da Silva, Emerson Caires Novaes, Adailson Machado de Castro, Marcelo Carvalho Santos, Evandro Andrade Costa, Cristiano Meira Santos, Dilsolon Meira Santos e Handerson Menezes Santos.

Em sua sentença, o juiz informa que decretou a prisão temporária dos suspeitos pelo prazo de 30 dias, “prorrogável por igual período em caso de extrema e comprovada necessidade”. Em seu depoimento, o tenente Arlande disse que era o responsável pelos trabalhos da polícia nos dois dias em que os crimes aconteceram. Ele também informou os nomes dos policiais que trabalharam em todas as operações após a morte do soldado.