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Número de mortos pelas enchentes em Alagoas sobe para 29

Em Rio Largo, na região metropolitana de Maceió, toda a parte baixa da cidade, onde está o centro comercial e principais prédios públicos, foi inundada e destruída pela enchente - Beto Macário/UOL
Em Rio Largo, na região metropolitana de Maceió, toda a parte baixa da cidade, onde está o centro comercial e principais prédios públicos, foi inundada e destruída pela enchente Imagem: Beto Macário/UOL

Do UOL Notícias*<br>Em São Paulo

22/06/2010 11h38Atualizada em 22/06/2010 13h51

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As equipes de resgate do Corpo de Bombeiros localizaram mais três corpos em Alagoas, vítimas das enchentes provocadas pelas chuvas dos últimos dias no Estado. Segundo os bombeiros, os corpos foram encontrados na manhã de hoje na cidade de Branquinha (61 km de Maceió).

Com mais essas três vítimas, sobe para 29 o número de mortes no Estado por conta das chuvas. Ao todo, no Nordeste, 41 pessoas morreram - há registro de 12 vítimas em Pernambuco. Um boletim atualizado com o número de afetados pelas chuvas em Alagoas deve ser divulgado por volta do meio-dia, de acordo com o Corpo de Bombeiros.

Vinte e seis cidades alagoanas foram atingidas, e 15 municípios decretaram estado de calamidade pública, segundo último balanço da Defesa Civil Estadual. Além disso, 607 pessoas estão desaparecidas e 73 mil, desabrigadas.

O UOL Notícias foi até os três municípios de Alagoas mais atingidos (União dos Palmares, Rio Largo e Branquinha) e encontrou um cenário que mais lembra o de uma guerra: centenas de casas destruídas e uma população desabrigada tentando entender o que aconteceu, para só então tentar recomeçar a vida.

Em União dos Palmares (80 km de Maceió), o mais atingido, a primeira impressão de quem chega às quatro ruas às margens do rio Mundaú, onde a cidade "nasceu", é de que uma bomba foi lançada sobre o local.

Somente na região conhecida como Jatobá, próxima à ponte que liga a cidade a Serra da Barriga (onde existiu o maior quilombo brasileiro e que consagrou Zumbi dos Palmares como herói nacional), cerca de mil casas foram completamente destruídas.

"Sempre teve enchente, mas sempre a água baixava logo, não cobria casa aqui. Só que dessa vez só deu tempo de sair com a roupa. Foi rápido demais, perdemos tudo", afirmou José Izidoro, 56. "Só não foi pior porque foi de dia. Se fosse à noite, e não víssemos a água, teriam morrido milhares", completou José Amauri, 37, que viu a oficina de veículos se transformar em destroços.

  • Imagens aéreas da destruição

  • Imagens de Alagoas

  • Imagens de Pernambuco

O prefeito da cidade, Areski Freitas, informou à reportagem que o número de mortos chegou a 14, enquanto 15 mil estão desabrigados e desalojados. "Temos 10 mil somente nas escolas, fora os que foram para casa de parentes e amigos", afirmou. Segundo Freitas, três escolas e dois postos de saúde foram destruídos pela enchente e as estimativas dão conta de que entre 30 e 40 pessoas possam estar desaparecidas.

Jobim visita região
O ministro da Defesa, Nelson Jobim, anunciou na manhã desta terça-feira (22) que parte imediatamente para Alagoas e depois para Pernambuco para fazer um balanço dos estragos causados pelas chuvas e enchentes nos dois Estados. Segundo Jobim, só uma visita aos locais afetados poderá fechar a conta de quantos homens das Forças Armadas serão necessários para ajudar nas ações de resgate e rescaldo, além da quantidade de insumos, medicamentos, água e comida que deverá ser enviada para a população.

“Por determinação do presidente, estou me deslocando para o local para fazer um balanço, um levantamento de toda a logística”, explicou rapidamente o ministro, ao sair do início da reunião do gabinete de crise, que acontece na sede provisória do governo federal, no Centro Cultural Banco do Brasil, em Brasília.

Segundo Jobim, o trabalho logístico será divido em duas etapas. Uma diz respeito à questão da habitação, envolve barracas, alimento, água potável e energia. E a segunda se refere à saúde, com o envio de medicamentos e hospitais de campanha da FAB (Força Aérea Brasileira).

Ontem, os governadores dos dois Estados, Teotônio Vilela (AL) e Eduardo Campos (PE), se reuniram com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e saíram do encontro com a garantia de que não faltaria verba federal para ajudar as vítimas e reconstruir as áreas destruídas.

Em Pernambuco, os dados de ontem da Coordenadoria de Defesa Civil apontavam que as chuvas afetaram 54 municípios e deixaram mais de 17mil pessoas desabrigadas, 24 mil desalojadas e, pelo menos, 12 mortos.

Já em Alagoas, a Defesa Civil contabilizou mais de 11.400 casas destruídas, mais de 7.500 danificadas e ainda 236 prédios públicos atingidos. Os números do desastre não param de crescer com a diminuição da água que cobriu cidades.

Cidades que decretaram calamidade pública em Alagoas

*Com informações da Agência Estado e de Carlos Madeiro, colaborador do UOL Notícias em Alagoas