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Chuvas em PE voltam a causar enchentes em cidades alagoanas

Árvores ficam imersas em uma fazenda às margens da BR-104, em Murici (AL); veja mais imagens - Carlos Madeiro/UOL
Árvores ficam imersas em uma fazenda às margens da BR-104, em Murici (AL); veja mais imagens Imagem: Carlos Madeiro/UOL

Carlos Madeiro

Especial para o UOL Notícias <BR> Em Murici (AL)

28/06/2010 18h09Atualizada em 28/06/2010 19h21

As chuvas que atingem Pernambuco desde a noite desse domingo (27) aumentaram o nível dos rios Mundaú e Paraíba e causaram novos alagamentos nas cidades de Alagoas. Em vários municípios, famílias foram retiradas de casas que já tinham sido inundadas, mas não haviam sido destruídas.

Neste domingo à tarde, um alerta foi emitido aos municípios pela Defesa Civil Estadual de que chuvas no Estado de Pernambuco aumentariam os níveis das águas dos rios, mas que a situação estaria sob controle. Mesmo assim, famílias foram retiradas das áreas consideradas.

Vítimas da enchente de 1988 vivem em presídio abandonado e esperam por casa

  • Maria do Carmo, 57, vai abrigar a irmã que perdeu a casa com a enchente da semana passada; ela vive no presídio que serve de abrigo para cerca de 100 famílias que ficaram desabrigadas pela enchente do rio Mundaú desde 1988 na zona rural

“Chegamos a retirar algumas famílias de suas casas, mas a situação de chuva foi normalizada e o transbordo não oferece perigos”, afirmou ao UOL Notícias o tenente-coronel Denildson Queiroz, secretário-executivo da Defesa Civil de Alagoas.

Em Murici, as águas do rio Mundaú chegaram atingir as casas que já tinham sido inundadas no último dia 19 , trazendo novos transtornos à população.

“Quem não se assusta [com a nova cheia]? Mas já avisaram que não deve passar disso. A outra é que foi destruidora. Igual aquela não existirá mais”, disse o morador Waldemir Soares dos Santos, que perdeu tudo e assistia à cheia do rio.

Por conta da água, muitas propriedades que ficam às margens do rio voltaram a ser inundadas nesta segunda. A ponte da BR 104, em Murici, que foi atingida pelo transbordamento do rio Mundaú e impediu o trafego na semana retrasada, ficou a pouco mais de um metro de voltar a ser inundada.

Outros municípios também registram problemas com as cheias dos rios em Alagoas. Em Matriz do Camaragibe e Porto Calvo, na região norte, comunidades inteiras ficaram inundadas pelo avanço do rio Camaragibe.

Já em Jacuípe, o rio de mesmo nome subiu e alagou a ponte que dá acesso à cidade de Palmares (PE). Parte dos moradores do centro ficou ilhada. A prefeitura estima que 700 casas tenham sido atingidas pela nova enchente. A Defesa Civil Estadual informou que ainda não foi notificada de novos desabrigados nesses municípios.

Apesar das cheias desta segunda-feira, as operações de apoio aos desabrigados seguiram normalmente.

O Corpo de Bombeiros deu continuidade às buscas por corpos, que hoje se concentram no município de São José da Laje, a 92 km de Maceió. Até o momento, 34 pessoas morreram, 76 estão desaparecidas e 74 mil ficaram desabrigadas ou desalojadas no Estado por conta das enchentes.

Ao menos 28 municípios foram atingidos, dos quais 15 decretaram estado de calamidade pública e quatro estão em situação de emergência. Permanecem sem abastecimento de água as cidades de Branquinha, Murici, Paulo Jacinto, Capela e Jacuípe. 

Cidades que decretaram calamidade pública