Após tragédia, Alagoas vai ganhar sistema de alerta de enchentes
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Depois da tragédia causada pelas cheias dos rios Mundaú e Paraíba, que matou 37 pessoas e deixou 69 desaparecidos, o governo federal decidiu implantar um sistema geral de alerta de enchentes para os municípios que compõem as duas bacias hidrográficas, que cortam Pernambuco e Alagoas.
Nesta terça-feira (29), técnicos da ANA (Agência Nacional de Águas) começaram a percorrer o trecho dos rios para analisar possíveis locais que vão receber estações para compor um sistema de monitoramento dos dois rios, que foram responsáveis pela maior destruição em Alagoas.
A equipe iniciou a análise nesta terça em Garanhuns (PE), onde passa o rio Mundaú. A partir deste ponto, e até a próxima quinta-feira (1º), as equipes vão percorrer os percursos dos dois rios e fazer as análises necessárias.
“Nós vamos primeiramente instalar estações pluviométricas na parte alta dos rios e estações para medir o nível deles na parte baixa do leito. Com esses dados, pretendemos comparar a relação chuva/vazão e assim termos um monitoramento desses dados”, afirma Maurrem Vieira, técnico da Superintendência de Gestão da Rede Hidrométrica da ANA, que participa da visita.
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Segundo ele, até outubro as estações devem estar instaladas, mas o sistema de alerta deve ser montado em um segundo momento, já que necessita um investimento maior. O custo de cada estação é de R$ 50 mil, e o número de equipamentos que serão instalados só será definido após a visita.
“Temos, primeiramente, que analisar todos os dados que vamos colher aqui, como a modelagem das bacias e a logística dessas estações. Com isso pretendemos minimizar os riscos de tragédias causadas por enchentes”, disse Maurrem.
Estado vai operar
O sistema de alerta será operado pelo Estado de Alagoas. Segundo a Secretaria do Meio de Ambiente e Recursos Hídricos de Alagoas, os equipamentos serão controlados por meio de um sistema de telemetria. Antes disso, será necessário realizar um mapeamento das áreas de inundação.
Logo após as estações, serão instalados sensores nos rios, que devem informar à ANA e ao Estado a situação das regiões ribeirinhas. O governo local ainda deve nomear pessoas para ajudar na mobilização, em caso de alerta.
Para o secretário Alex Gama, o sistema será fundamental para atenuar possíveis destruições causadas por enchentes no Estado. “Será um passo fundamental para termos esse controle das áreas de risco. Se tivéssemos esse sistema, não teríamos essa quantidade de vítimas. Mas o mais importante agora é que as novas construções não aconteçam em áreas de risco”, disse.
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