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Três corpos são encontrados em Alagoas, e número de mortos pela chuva no NE sobe para 57

Casas ficam danificadas à beira do rio Canhoto, em São José da Laje (AL); veja mais fotos - Beto Macário/Especial para o UOL
Casas ficam danificadas à beira do rio Canhoto, em São José da Laje (AL); veja mais fotos Imagem: Beto Macário/Especial para o UOL

Carlos Madeiro

Especial para o UOL Notícias <BR> Em Maceió

29/06/2010 13h35

A Defesa Civil de Alagoas informou nesta terça-feira (29) que o número de mortos no Estado por conta das enchentes ocorridas no final de semana retrasada subiu de 34 para 37. Os corpos de três vítimas foram encontrados em União dos Palmares, onde 12 pessoas morreram nas enchentes. Em Pernambuco, as chuvas provocaram 20 mortes.

Trabalho infantil marca tentativa de reerguer Branquinha (AL)

O número de desaparecidos em Alagoas também foi revisado pela Defesa Civil, só que para menos: queda de 76 para 69.

“Ressaltamos que o decréscimo do número de desaparecidos apresentado foi devido à última informação levantada pela equipe de avaliação de danos, que se esforça para alcançar um número mais próximo da realidade fornecida pelas prefeituras afetadas pela enxurrada através de notificação de prejuízos”, informou a Defesa Civil, em boletim divulgado no início da tarde.

 

Não houve alteração no número de desalojados e desabrigados em Alagoas, que permanece em 74.515. Ao todo, 19 mil casas foram destruídas ou danificadas no Estado.

Em Pernambuco, o número de desabrigados --aqueles que perderam tudo e precisam de abrigos público-- é de 26.966 e o de desalojados-- aqueles que podem contar com a ajuda de vizinhos e familiares-- é de 55.643. O total de casas que foram danificadas ou destruídas subiu de 11.748 para 14.136, segundo a Defesa Civil. No total, 26 municípios decretaram estado de calamidade pública --14 em Alagoas e 12 em Pernambuco.

O número de mortos em Alagoas ainda deve aumentar, já que nesta segunda-feira um novo corpo foi encontrado boiando em um riacho, em Santa Luzia do Norte. O corpo foi levado ao Instituto Médico Legal de Maceió, mas está sem identificação. Outros quatro corpos estão no órgão à espera de pessoas que possam os identificar.

Vítimas da enchente de 1988 vivem em presídio abandonado e esperam por casa

  • Maria do Carmo, 57, vai abrigar a irmã que perdeu a casa com a enchente da semana passada; ela vive no presídio que serve de abrigo para cerca de 100 famílias que ficaram desabrigadas pela enchente do rio Mundaú desde 1988 na zona rural

Corpos enterrados sem autorização
Segundo a Defesa Civil, o número de mortos deve ser maior do que o anunciado oficialmente, já que muitas famílias enterraram corpos de forma irregular, sem laudo do IML.

De acordo com o diretor do IML de Maceió, Gerson Odilon, qualquer morte por causa externa deve ser constatada por um médico-legista. “O médico sem ser legista só pode conceder atestado quando a morte é por causa natural. Ou seja, o atestado de óbito não tem validade, e o corpo não poderia ter sido enterrado. Caso as famílias tenham realmente enterrado corpos sem o laudo do IML, eles terão que ser exumados”, afirmou.

Odilon diz ainda que a maioria dos corpos que deu entrada desde do sábado, dia 19, no IML foram identificados graças ao trabalho de odonto-legistas, já que os corpos estavam em estado avançado de decomposição. “Se até quarta-feira não aparecer familiares que identifiquem os cinco corpos que estão no IML, teremos que enterrá-los no cemitério de indigentes”, disse.

Municípios continuam sem água
Segundo a Defesa Civil de Alagoas, os municípios de Jacuípe, Capela e Palmeira dos Índios (que não foi atingida pela chuva) estão com problemas no abastecimento d'água pela Companhia de Saneamento.

Os municípios de Branquinha e Santana do Mundaú, que são abastecidas pelas prefeituras, também seguem sem água encanada. Todas estão sendo abastecidas por meio de carros-pipa.

Os municípios de Murici, Santana do Mundaú, Branquinha e Viçosa ainda enfrentam problemas de telefonia, e a Defesa Civil instalou uma repetidora de rádio amador para garantir a comunicação com integrantes das operações nesses municípios.

Um link de rádio amador também foi instalado no 9º Batalhão de Polícia Militar, em Garanhuns (PE), que está monitorando as cabeceiras dos rios Mundaú e Paraíba. “Esse sistema possibilita um monitoramento constante, consequentemente uma comunicação ágil, informando sobre a situação atual das cabeceiras dos rios”, informou a Defesa Civil.