Estandes e módulos pré-montados se transformarão em postos de saúde provisórios em Alagoas após enchentes

A Secretaria da Saúde de Alagoas estima que dentro de 30 dias o Estado poderá contar com as primeiras unidades provisórias para atender a população que dependia dos 43 postos de saúde destruídos pelas enchentes. Além deles, o hospital em Paulo Jacinto também foi destruído pela força da água.

Como a previsão para reconstrução das cidades é de pelo menos um ano, o secretário de saúde do Estado, Herbert Motta, explica que um plano emergencial está sendo elaborado para que sejam montadas estruturas de octanorm (sistema usado, por exemplo, em estandes de feiras e exposições, que que utilizam encaixes de alumínio) e módulos pré-montados. As unidades provisórias funcionariam até que os postos fossem reerguidos.

"Estamos planejando para, dentro de 15 a 30 dias, montarmos de 15 a 20 estruturas temporárias para suprirmos parcialmente a demanda e darmos uma resposta imediata. Para isso, temos que identificar áreas. Num segundo momento, o [módulo] pré-fabricado pode ser utilizado, já que ele demora em torno de 90 dias, e assim fecharíamos o déficit sanitário”, afirmou Motta.

O secretário alega que os dois hospitais de campanha montados em Murici e Santana do Mundaú são temporários e vieram especialmente para um atendimento imediato às vítimas das enchentes, mas 97% dos procedimentos são exclusivamente clínicos e suprem a falta da rede básica.

Motta garante que existem empresas que conseguem montar estruturas com boa qualidade e de forma rápida para atendimento ao público. "Existem estruturas no sistema octanorm que podem ser montadas em dois dias, por exemplo. Fazemos o piso e s técnicos montam a estrutura. E elas são extremamente confortáveis, com ar condicionado, e poderiam atender à população até que os postos de saúde sejam construídos”, disse..

Motta explica que os municípios mais atingidos com as enchentes foram Branquinha, Quebrangulo e Santana do Mundaú. “Santana, por exemplo, perdeu cinco postos de saúde. Tudo precisará ser refeito, e nós, como gestores da saúde, não poderíamos esperar o tempo da reconstrução das cidades, pois precisamos dar respostas rápidas. Por isso a necessidade de termos essas estruturas provisórias”, disse.

O secretário informou que a construção e aparelhamento de um posto de saúde custa, ao todo, cerca de R$ 750 mil. O Ministério da Saúde calcula que precisará investir R$ 60 milhões para reconstruir as unidades destruídas nos Estados de Alagoas e Pernambuco, sendo R$ 30 milhões para cada um.

Emergência

Por conta das enchentes e riscos de surtos de doenças, a Secretaria classificou a situação como de “emergência em saúde pública” e está com todas as equipes mobilizadas para atender e orientar a população nas áreas atingidas. Quinze municípios decretaram calamidade pública no Estado, enquanto outros quatro estão em estado de emergência. Ao todo, 39 pessoas morreram e 69 estão desaparecidas. Mais de 19.000 casas foram destruídas, e 74.000 estão desabrigadas ou desalojadas.