Alagoas reforça segurança de autoridades judiciais ameaçadas de morte pelo PCC
Dois juízes e dois promotores que atuam no combate ao crime organizado em Alagoas estão recebendo proteção especial da Polícia Militar desde a semana passada, quando um plano para matá-los foi descoberto. Além deles, há a suspeita de que o filho de um desembargador, integrante da Câmara Criminal, também seria assassinado no Estado. Ele também teve segurança reforçada.
Segundo conversas monitoradas pela Polícia Federal e por agentes penitenciários do presídio de Catanduvas (PR), os juízes Maurício Brêda e Ana Raquel, da 17ª Vara Criminal, e os promotores Alfredo Gaspar de Mendonça e Cyro Blater, integrantes do Gecoc (Grupo Especial de Combate ao Crime Organizado) seriam vítimas de um atentado planejado por traficantes de drogas do PCC (Primeiro Comando da Capital) que atuam em Alagoas. O nome do desembargador não foi revelado. A ideia era que os crimes ocorressem em curto espaço de tempo, para mostrar organização e força do grupo no Estado.
Nesta segunda-feira (9), o secretário de Estado da Defesa Social, Paulo Rubim, confirmou a existência do plano e informou que todos os ameaçados tiveram reforço imediato na segurança. “O que aconteceu é que foram transferidos alguns líderes do tráfico para o presídio federal, e eles ficaram enfurecidos com isso e traçaram planos para matar autoridades. Foi isso que nos foi informado, e tomamos todas as providências para garantir a vida dos ameaçados”, explicou.
O secretário não deu detalhes sobre o plano de segurança montado, nem quis apontar quem seriam os mandantes. Segundo ele, a Polícia Civil já está investigando o plano e a participação de integrantes do grupo do PCC em Alagoas. “Temos 20 presos de Alagoas transferidos para esse presídio de Catanduvas, e todos foram separados por precaução”, disse.
Apesar da interceptação das conversar citar o nome de cinco autoridades, Rubim afirmou que a ameaça inclui todos os integrantes da 17ª Vara Criminal e do Gecoc. "Nós ofertamos toda a segurança necessária, mas esse grupo [PCC] é perigoso, já matou diretor de presídio em São Paulo. Não podemos aconselhar que os juízes e promotres botem sunga e vão à praia tranquilamente", ressaltou.
Os juízes e promotores ameaçados não comentaram o assunto, mas informaram, por meio das entidades representativas, que vão continuar atuando normalmente nas respectivas varas especializadas.
Para o presidente da Associação dos Magistrados de Alagoas, Maurílio Ferraz, o destino imediato de policiais para oferecer segurança foi determinante para a continuidade das atividades dos juízes no combate ao crime organizado. “O que nos foi disponibilizado pelo Estado é suficiente para garantir a segurança dos que foram citados, e todos continuam com suas atividades normais”, explicou.
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