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Durante depoimento, advogada diz que Eliza estava preocupada antes de encontrar Bruno

Especial para o UOL Notícias<BR>Em Porto Alegre

05/10/2010 20h30

Em depoimento no Foro Central de Porto Alegre na tarde desta terça-feira (5), a advogada de Eliza Samudio, Anne Faraco, disse que a sua cliente relatou estar “ansiosa" e "preocupada" com a viagem que faria ao Rio de Janeiro para se encontrar com o goleiro Bruno Fernandes de Souza, acusado de matar a jovem, que está desaparecida desde o começo de junho deste ano.

A advogada, que representava Eliza numa ação de paternidade contra Bruno, relatou que a sua cliente viajara ao Rio para fazer um acordo com o atleta, que incluía o reconhecimento da paternidade e uma pensão alimentícia. O depoimento começou por volta das 16h30 e durou cerca de 50 minutos.

A informação reforça a tese defendida pelo Ministério Público mineiro de que Eliza foi vítima de um crime premeditado, caindo em uma emboscada. Por meio de carta precatória, o relato de Anne ao Judiciário gaúcho será repassado à Justiça de Contagem (MG), onde Eliza foi vista pela última vez.

Anne Faraco contou que Eliza foi convidada pelo goleiro para encontrá-lo. A advogada mostrou um e-mail de agosto de 2009 em que a jovem relata sua preocupação com o encontro, já que teria sido sequestrada pelo goleiro anteriormente. No e-mail, Eliza afirma que “se alguma coisa acontecer comigo, você já sabe quem foi”. A jovem disse a mesma frase em um vídeo feito por ela mesma no ano passado.

A advogada disse ainda que sua cliente estava muito ansiosa em relação à pensão alimentícia, pois estava sem trabalho e não tinha condições de manter o filho quando ele nascesse. Eliza procurava Bruno com insistência pedindo para que o exame de DNA fosse feito logo.

Mas a advogada relatou também que Eliza não acreditava em um desfecho negativo para o caso. “Ela acreditava que nada de ruim poderia acontecer com ela e com o filho”, disse ao sair do depoimento.

Histórico
Eliza Samudio desapareceu no início de junho em Minas Gerais. Nove pessoas e um menor de idade foram presos por envolvimento na suposta morte da jovem. O corpo de Eliza nunca foi encontrado.

Segundo a polícia mineira, a jovem teria sido mantida com o filho no sítio de Bruno e, dias depois, teria sido morta na casa do ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, em Vespasiano, na região metropolitana de Belo Horizonte (MG).