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Marinha inicia operação para remover minas marítimas em Maragogi (AL)

Carlos Madeiro<br>Especial para o UOL Notícias<br>Em Maceió

05/10/2010 15h21

A Marinha do Brasil iniciou na tarde desta terça-feira (5) a operação para retirada de seis minas marítimas, provavelmente utilizadas durante a Segunda Guerra Mundial, enterradas no município de Maragogi (135 km de Maceió). As minas marítimas são bolas metálicas usadas para afundar navios.

A operação foi antecipada em dois dias graças à liberação de um avião pela FAB (Força Aérea Brasileira) para transporte de profissionais e equipamentos. As primeiras inspeções acontecem na praia de Antunes, onde estão enterradas duas minas. Outras quatro foram localizadas no centro da cidade, enterradas a cerca de dois metros de profundidade.

A operação vai contar com 23 militares, que vão trabalhar em diversas etapas: desde a localização precisa dos artefatos até a detonação final. Nesta segunda-feira (4) chegaram à cidade oito oficiais da Marinha, vindos do Rio de Janeiro. Outros cinco militares têm chegada prevista para as 23h30 de hoje.

De acordo com o capitão dos Portos de Alagoas, Andre Meire, vão participar da operação apenas militares da Marinha. Serão 10 oficiais do Batalhão de Engenharia de Fuzileiros, cinco da Capitania dos Portos de Alagoas, quatro do Esquadrão de Helicópteros de Emprego Geral, dois do Grupamento de Mergulhadores, um do Centro de Mísseis e Armas Submarinas e um médico do Hospital Naval do Recife. A Polícia Militar vai ajudar com o isolamento das áreas.

Segundo Meire, a operação deve acontecer até o dia 25 de outubro, com paralisação para folga nos dias 12 e 19. Durante o período de remoção, moradores de áreas próximas terão de ser afastados a uma distância de 150 metros, a fim de evitar acidentes.

As minas devem ser removidas por especialistas em engenharia, transportadas em caminhões com areia e explodidas em uma praia deserta do município previamente definida, a 2,5 km da área urbana. Somente após a retirada das minas e uma análise específica poderá ser confirmado se de fato elas foram usadas na Segunda Guerra Mundial.

“A intenção da Marinha não é fazer primariamente uma detonação, mas sim uma queima controlada do explosivo. As minas serão retiradas e transportadas na íntegra, sem serem abertas. Tudo está sendo feito para garantir a segurança de todos que participam da operação”, disse Meire.

Segundo ele, cada mina tem entre 80 e 100 quilos de explosivos e pode matar uma pessoa a uma distância de até 45 metros.

“O prazo da operação poderá ser reduzido, no caso de conseguirmos retirar essas minas em menor espaço de tempo”, explicou Meire.

Primeira mina detonada
No dia 11 de maio desse ano, funcionários que trabalhavam em uma obra de saneamento encontraram uma mina marítima enterrada a menos de dois metros de profundidade na areia da praia, no centro de Maragogi. Militares do esquadrão antibombas da Polícia Militar foram até o município, retiraram e detonaram a bomba em uma área deserta.

Porém, devido à força dos explosivos, estilhaços da bomba foram arremessados a quase 1 km de distância e atingiram casas, hotéis e estabelecimentos comerciais, que protestaram contra a detonação em uma área próxima à cidade.

À época, os militares explicaram que escolheram o local por conta da dificuldade em remover a bomba para mais longe. Segundo eles, não havia um lugar completamente seguro para a detonação.