Polícia conclui investigações sobre mortes de moradores de rua em AL sem encontrar autor de 14 crimes
A Polícia Civil e a Força Nacional de Segurança apresentaram nesta segunda-feira (22) o relatório final com a conclusão das investigações dos assassinatos de moradores de rua ocorridos em Alagoas em 2010. De acordo com as investigações, foram investigadas 37 mortes e duas tentativas de assassinato.
Dos óbitos, 36 foram classificados como homicídio e um foi apontado como afogamento acidental. E, dos 36 homicídios, a polícia informou que concluiu as investigações de 35, mas conseguiu chegar à autoria de apenas 24. Catorze crimes --treze mortes e uma tentativa-- tiveram os inquéritos concluídos sem a identificação da autoria. Mesmo assim, a Polícia informa que vai prosseguir com as investigações dos casos e espera ainda encontrar culpados.
Segundo a polícia, 24 vítimas não tinham casa e eram moradores de rua – os demais estavam em situação de vulnerabilidade e viviam de forma temporária nas ruas.
A conclusão da polícia também aponta que não existem grupos de extermínio atuando, como chegou a ser especulado, e “a maioria dos crimes contra pessoas em situação de vulnerabilidade foi motivada por questões relacionadas ao tráfico de drogas e brigas ocasionais entre elas”.
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O relatório será entregue ao governador Teotonio Vilela Filho (PSDB) e deve ser encaminhado também à Secretaria Nacional dos Direitos Humanos e às instituições que vêm acompanhando os casos, como a OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) e Igreja Católica.
O principal motivo apontado no relatório é referente a dívida com tráfico de drogas. Do total de vítimas, 83% tinha vício de drogas Algumas mortes também têm outras motivações com dívidas e crimes passionais.
Extermínio
A polícia informou que as investigações apontaram para “alguns casos com características de grupo de extermínio”, mas descobriu que os crimes foram praticados por uma só pessoa. O vigilante Luiz Carlos Soares da Silva Santos é apontado pela polícia como autor de quatro assassinatos contra pessoas vulneráveis no bairro da Levada. Ele está preso.
Segundo a Polícia Civil, outras seis pessoas estão presas acusadas dos crimes, entre elas o ex-policial civil Miguel Rocha, acusado de dois homicídios. Três policiais civis são investigados por participação na morte de pessoa vulnerável. Outros acusados já tiveram a prisão preventiva decretada, mas os nomes são mantidos em sigilo.
Dos 36 assassinatos, 10 foram praticados de forma bárbara, seja por pauladas, pedradas ou outros objetos contundentes. Uma tentativa de homicídio foi praticada por criminosos que atearam fogo em um morador de rua, enquanto ele dormia em praça pública.
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