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Em cinco dias de ataques, Rio tem 34 mortes e 62 presos em megaoperação contra o tráfico

Do UOL Notícias

Em São Paulo

25/11/2010 14h59Atualizada em 25/11/2010 18h39

Desde segunda, 34 pessoas morreram durante confrontos na megaoperação que a polícia realiza em comunidades para combater a onda de violência no Estado. Ao todo, 62 foram presos e 122 foram detidos.

A Polícia Militar contabiliza 23 mortes nas operações, mas informações extraoficiais dão conta de que 27 pessoas morreram nos confrontos desde o começo da semana. A Polícia Civil informou que sete pessoas morreram durante operação no morro do Jacarezinho, com mais de 100 agentes da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) e delegacias especializadas.

No quinto dia de ataques, 55 veículos foram queimados ao todo. Vinte e uma pessoas foram internadas desde ontem com ferimentos provocados por balas e granadas.

A PM apreendeu garrafas com gasolina, que seriam usadas para colocar fogo em automóveis, além de dinamite e material inflamável. Ontem, foram encontrados fuzis, drogas, metralhadoras, espingardas e um coquetel molotov. 

Entre as vítimas está a estudante Rosângela Barbosa Alves, 14. Ela foi baleada durante confronto entre a Polícia Militar e traficantes na Vila Cruzeiro, no Complexo da Penha, zona norte do Rio.

Os números do crime nesta semana*

DOMINGO (21)2 carros incendiados
SEGUNDA (22)3 mortos; 4 presos; 109 detidos; 5 armas apreendidas, entre pistolas e revólveres, 2 granadas e 2 facas; 8 carros incendiados; uma cabine da PM atacada
TERÇA (23)5 suspeitos mortos; 12 presos; 3 detidos; 7 armas apreendidas, além de um fuzil, uma escopeta e material explosivo; 2 carros incendiados; uma cabine da PM atacada
QUARTA (24)15 suspeitos mortos; 4 mortes em hospitais; 37 presos; 17 armas apreendidas, além de 10 fuzis, uma espingarda, uma metralhadora, uma granada e 2 bombas caseiras; 31 carros incendiados
  • *Segundo balanço da PM-RJ e da Secretaria Estadual de Saúde

Nesta tarde, nove blindados da Marinha entraram na Vila Cruzeiro, na zona norte. Cerca de 150 policiais militares do Bope (Batalhão de Operações Especiais) participam da operação, que deve ser reforçada por mais cem policiais civis, além dos que já estão na favela.

Entenda os ataques

Uma onda de violência assola o Rio de Janeiro desde o último domingo (21), quando criminosos começaram uma série de ataques e incendiaram veículos.

Na segunda-feira, as autoridades fluminenses consideraram os ataques uma resposta à política de ocupação de favelas por UPPs (Unidades de Polícia Pacificadora) e à transferência de presos para presídios federais. A intenção seria colocar medo na população.

A polícia investiga se os ataques estão sendo orquestrados pelas facções criminosas Comando Vermelho e ADA (Amigos dos Amigos). Na quarta-feira, oito presidiários foram transferidos do Rio para o presídio de segurança máxima em Catanduvas (PR).

Desde o começo da semana, uma megaoperação está sendo feita em diversas comunidades da capital, sendo a Vila Cruzeiro, no subúrbio do Rio, o local com combates mais intensos.

Uma determinação do comandante-geral da PM, Mário Sérgio Duarte, obrigou todos os policiais de folga a retornar para seus batalhões. A Marinha foi enviada para ajudar no combate e o governo federal enviou reforço da Polícia Rodoviária Federal.

Grande quantidade de armas e drogas estão sendo apreendidas diariamente. A operação em resposta aos crimes não tem data para acabar, informam as autoridades.

Veja os locais onde veículos foram incendiados no Rio de Janeiro*

Total de mortos: 23 Locais em que veículos foram incendiados
  • Fonte: Relatório divulgado pela PMERJ