Mulher e irmã de "Madoff mineiro" se entregam à polícia em MG
A mulher e a irmã do empresário Thales Emanuelle Maioline, acusado de prejuízo estimado em R$ 50 milhões a 2.000 investidores de Minas Gerais, entregaram-se nesta segunda-feira (20) à Polícia Civil do Estado. Maria Aparecida Oliveira Santos Maioline e Ianny Márcia Maioline tiveram as prisões temporárias decretadas na última semana pela Justiça.
Maioline ficou conhecido como “Madoff mineiro” em alusão ao ex-investidor americano de Wall Street Bernard Madoff, condenado a 150 anos de prisão sob acusação de ter operado esquema bilionário de pirâmide financeira nos EUA.
Na última quinta-feira a Justiça de Minas Gerais deferiu pedido da polícia e decretou a prisão preventiva dele. Maioline está detido desde o dia 12 deste mês no Ceresp São Cristóvão, anexo ao Departamento de Investigações de Minas Gerais, na capital mineira. Ele se entregou após ficar 140 dias foragido. A prisão do empresário havia sido decretada em agosto deste ano.
Os delegados Islande Batista e Anselmo Gusmão, que cuidam das investigações sobre o caso, haviam afirmado na semana passada que o suspeito teve ajuda de outras pessoas no suposto golpe, apesar de o acusado querer assumir sozinho a autoria da fraude.
Ainda de acordo com a polícia, a irmã e a mulher do empresário deverão ser ouvidas amanhã. Um homem que também estava com mandado de prisão temporária decretado se entregou na última sexta-feira. A participação dele no golpe é investigada após constatação, segundo as investigações, de ele ter tentado desviar parte do patrimônio do suspeito, que está bloqueado pela Justiça. Policiais ainda procuram por um sócio e um estagiário da empresa de Maioline.
Esquema
Segundo as investigações, Maioline convencia investidores a aplicar dinheiro em esquema análogo ao conhecido como “pirâmide financeira” e intitulado “Clube dos Vencedores”, operado pela empresa Firv Consultoria e Administração de Recursos Financeiros Ltda. A empresa era uma espécie de clube de investimentos, mas não tinha autorização da CMV (Comissão de Valores Mobiliários) para atuar no mercado financeiro.
Maioline prometia rendimentos mensais de 5% sobre o montante aplicado e bônus semestrais de 30%. No entanto, segundo os delegados, havia a necessidade de atrair novos investidores para saldar os compromissos assumidos com os sócios mais antigos. A propaganda para atrair novos clientes era feita prioritariamente pelos próprios investidores.
O inquérito policial tem 32 volumes, com quase 11 mil páginas, segundo a polícia. Até o momento, foram ouvidas mais de 350 pessoas vítimas da suposta fraude.
Entre os prejudicados, distribuídos em 14 cidades mineiras, estão pessoas que investiram a partir de R$ 2.500, de acordo com as investigações, mas há comprovação de investimento individual de R$ 2 milhões.
O delegado Islande Batista afirmou que Maioline poderá ser indiciado por estelionato, uso de documento falso, falsidade ideológica e falsificação de documento público, além de haver a possibilidade de ser enquadrado no crime de formação de quadrilha.
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