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Com 80% da cidade afetada pela chuva, situação de Itamonte (MG) é "caótica", diz Defesa Civil

Rayder Bragon<br>Especial para o UOL Notícias

Em Belo Horizonte

12/01/2011 14h19

A região sul de Minas Gerais é uma das mais afetadas pela chuva no Estado, que já soma 66 cidades em situação de emergência e 16 mortos. A cidade de Itamonte, segundo a Defesa Civil estadual, tem ao menos 5.000 moradores prejudicados pelas tempestades.

Segundo o coordenador da Defesa Civil do município, José Carlos Gonçalves Machado, a situação no município é “caótica”. “Estamos sem telefonia fixa e a zona rural está isolada. Pelo menos 80% da cidade foi afetada. A chuva que caiu aqui foi histórica. Nunca tivemos nada parecido”, afirmou o coordenador. Ainda segundo ele, apesar das quedas de barreiras, o município não está isolado.

Ao todo, 100 pessoas ficaram desalojadas por conta da cheia do rio Capivari, cujo transbordamento inundou vários bairros da cidade. De acordo com a Polícia Rodoviária Federal, aproximadamente 20 barreiras caíram em estradas próximas ao município.

As pessoas desalojadas estão em casas de parentes ou vizinhos e o restante está sendo atendida em uma rodoviária em construção na cidade, de acordo com Machado.

Ele disse ter sido informado que há previsão de mais chuvas para os próximos dias na região. A Defesa Civil estadual faz alerta para frente fria atua no Estado desde ontem. Segundo o órgão, podem ocorrer chuvas em sete regiões de Minas Gerais: sul, zona da mata e Campos das Vertentes, oeste, leste, triângulo mineiro e ainda na região metropolitana de Belo Horizonte.

Cidades em emergência

O número de cidades em situação de emergência em Minas Gerais em razão das chuvas não para de crescer: subiu de 65 para 66, de acordo com o último boletim da Defesa Civil do Estado. A última cidade que decretou situação de emergência foi Presidente Olegário, localizada na região noroeste do Estado.

Ao todo, 114 municípios mineiros foram afetados pelas tempestades, que causaram a morte de 16 pessoas e ferimentos em 70, desde novembro do ano passado.

Segundo o órgão, 2.113 pessoas estão desabrigadas e 14.386 estão desalojadas, ou seja, foram encaminhadas para casa de parentes, vizinhos e amigos, ou ainda foram levadas para abrigos públicos. Ainda segundo o órgão, 1,2 milhão de pessoas foram afetadas pelas chuvas.

Em relação a danos materiais, o informe da Defesa Civil revela que 196 casas foram destruídas e 5.119 apresentaram algum tipo de dano. Houve também registro da queda de 71 pontes e 305 apresentaram problemas na estrutura.

Sul de Minas Gerais

No sul do Estado, em Itamonte, as águas do rio Capivari subiram 5 metros acima do nível normal e deixaram 100 pessoas desalojadas. Uma via de acesso ao Estado de São Paulo foi interditada por deslizamento de terra.

Já na cidade de Alagoa, também no sul do Estado, cerca de 200 pessoas ficaram desalojadas por conta de cheias dos rios Aiuruoca e Ribeirão Vermelho. Em Carvalhos, afluente do rio Aiuruoca subiu 6 metros acima do normal, atingiu parte da área urbana e deixou duas comunidades rurais isoladas. O secretário de assistência social da prefeitura, André Salomão de Almeida, disse que casas foram inundadas e algumas desmoronaram na zona rural do município. “Essa enchente foi a maior que já ocorreu na cidade. As pessoas perderam muitas coisas e estão alojadas em casa de vizinhos, amigos ou parentes”, afirmou.

Na mesma região, os municípios de Camanducaia, Ouro Fino, Conceição do Rio Verde, Cambuquira, Pouso Alegre, Lavras, Espírito Santo do Dourado, entre outras, registraram na semana passada problemas com cheias de rios, deslizamentos de encostas, desabamentos de casas ou inundação de ruas por conta de enxurradas.

O acesso à cidade de Conceição do Rio Verde está sendo feito por um distrito do município. As chuvas abriram uma cratera em estrada da localidade.

Na cidade de Lavras, duas casas desabaram após o terreno, onde foram erguidas, ter se movimentado em decorrência dos temporais.