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Chuvas em Minas Gerais castigam a região sul; 70 municípios decretaram situação de emergência no Estado

Rayder Bragon <br>Especial para o UOL Notícias <br>Em Belo Horizonte

13/01/2011 09h49Atualizada em 13/01/2011 11h18

A cidade de Maria da Fé, no sul de Minas Gerais (486 km de Belo Horizonte), uma das regiões mais atingidas pelas chuvas no Estado, decretou situação de emergência após forte temporal que inundou 35 casas, destruiu duas pontes e provocou deslizamento de terra que interditou estradas de acesso à zona rural do município.

Coordenador da Defesa Civil da localidade, Joaquim Marcelo Damatta disse que uma casa desabou e duas famílias estão desabrigadas. Elas foram encaminhadas para abrigo público.  As cheias dos rios Lourenço Velho e Cambuí provocaram a inundação na área. A preocupação do coordenador é com a continuidade das tempestades.

“Está chovendo forte aqui. Estou indo verificar a situação de áreas que já estão saturadas”, disse, Damatta, que acrescentou terem sido atingidas por enxurradas ruas da zona urbana da cidade.

Além de Maria da Fé, a cidade de Itamonte, localizada na mesma região, decretou situação de emergência. Segundo a Defesa Civil estadual, ao menos 5.000 moradores foram prejudicados pelas tempestades.

De acordo com coordenador da Defesa Civil do município, José Carlos Gonçalves Machado, a situação no município é “caótica”. “Estamos sem telefonia fixa e a zona rural está isolada. Pelo menos 80% da cidade foi afetada. A chuva que caiu aqui foi histórica. Nunca tivemos nada parecido”, afirmou o coordenador. Ainda segundo ele, apesar das quedas de barreiras, o município não está isolado.

Ao todo, 100 pessoas ficaram desalojadas por conta da cheia do rio Capivari, cujo transbordamento inundou vários bairros da cidade. De acordo com a Polícia Rodoviária Federal, aproximadamente 20 barreiras caíram em estradas próximas ao município.

Já na cidade de Alagoa, também no sul do Estado, cerca de 200 pessoas ficaram desalojadas por conta de cheias dos rios Aiuruoca e Ribeirão Vermelho. O secretário de assistência social da prefeitura, André Salomão de Almeida, relatou que casas foram inundadas e aos menos 7 desmoronaram na zona rural do município. “Essa enchente foi a maior que já ocorreu na cidade. As pessoas perderam muitas coisas e estão alojadas em casa de vizinhos, amigos ou parentes”, afirmou. Na manhã desta quinta-feira, a situação piorou e a cidade está isolada.

Em Carvalhos, afluente do rio Aiuruoca subiu 6 metros acima do normal, atingiu parte da área urbana e deixou duas comunidades rurais isoladas. A reportagem do UOL Notícias tentou entrar em contato com a prefeitura, mas as ligações não são completadas.

Na mesma região, os municípios de Camanducaia, Ouro Fino, Conceição do Rio Verde, Cambuquira, Pouso Alegre, Lavras, Espírito Santo do Dourado, entre outras, registraram na semana passada problemas com cheias de rios, deslizamentos de encostas, desabamentos de casas ou inundação de ruas por conta de enxurradas.

Segundo dados da Defesa Civil do Estado, o número de cidades que decretaram situação de emergência passou de 66 para 70, de um total de 117 localidades que tiveram problemas com as chuvas. Além de Maria da Fé e Itamonte, as cidades de Guaraciaba (Zona da Mata) e Inhapim (leste) foram as últimas a entrar na lista. As chuvas provocaram a morte de 16 pessoas morreram desde novembro do ano passado e ferimentos em 72. De acordo com boletim divulgado nesta quinta-feira (13), 2.295 pessoas estão desabrigadas e 15.630 desalojadas, ou seja, foram levadas para casa de parentes, vizinhos ou amigos, além de abrigos públicos.

Conforme o órgão, 199 casas foram destruídas e 5.381 apresentaram danos. O informe registra ainda que 96 pontes caíram e 336 apresentaram danos na estrutura. Aproximadamente 1,2 milhão de pessoas foi afetado pelas chuvas nesse período chuvoso, segundo dados da Defesa Civil.