"Nem a cavalo" se chega à cidade de Alagoa (MG), diz prefeito
O prefeito da cidade de Alagoa, localizada no sul de Minas Gerais (distante 425 km de Belo Horizonte), avaliou como “muito grave” a situação no município em razão das chuvas que destruíram casas, estradas e provocaram inundação na localidade, que está isolada.
“A situação aqui é muito grave. O município está isolado, está chovendo muito e a tendência é piorar. Nem a cavalo conseguimos sair ou entrar na cidade. A pé também é muito difícil porque 90% das vias de acesso foram destruídas pelas chuvas”, revelou o prefeito Sebastião Mendes Pinto (PSDB), que adiantou ter decretado situação de emergência no município, mas estuda estabelecer estado de calamidade pública.
“Eu estou esperando a equipe da Defesa Civil do Estado chegar aqui para a gente avaliar essa possibilidade”, afirmou. Seria a 1ª cidade no Estado a figurar nessa situação em razão do período chuvoso. O prefeito informou que equipe da Defesa Civil de Minas Gerais se deslocou para a cidade e está tentando alcançá-la a pé.
Segundo ele, há dias chove na região, o que provocou a cheia do rio Aiuruoca e do ribeirão Vermelho.
“Eu estou tentando ir a pé às zonas rurais para avaliar os danos e tentar socorrer alguém. Mas a destruição lá é muito grande, praticamente acabou com tudo. Tem lugar aqui que só sobrou o sinal da casa”, disse Pinto. De acordo com ele, 500 pessoas estão desalojadas somente na zona urbana e ao menos 8 famílias estão desabrigadas.
“Fome ainda ninguém está passando porque o pessoal do comércio está ajudando. Nós estamos conseguindo abrigar o pessoal nas escolas e no hospital”, disse.
“No momento, nem por helicóptero tem como descer na cidade porque está chovendo muito”, salientou.
O prefeito disse estar preocupado com relação a pessoas que necessitem de auxílio médico mais especializado.
“Nós temos aqui atendimento básico de saúde. A nossa referência é a cidade de São Lourenço, que fica na região da nossa cidade”, disse Pinto. Segundo ele, a prefeitura dispõe de um trator, mas a demanda é muito grande.
“Nós temos um trator, mas é muita barreira (deslizamento de terra), é muita destruição”, explicou.
A região sul do Estado é uma das mais castigadas pelos temporais, que já mataram 16 pessoas e provocaram ferimentos em 72, desde novembro do ano passado no Estado.
Na região, as cidades de Carvalhos, Itamonte, Maria da Fé, Camanducaia, Ouro Fino, Conceição do Rio Verde, Cambuquira, Pouso Alegre, Lavras, Espírito Santo do Dourado, entre outras, registraram problemas com cheias de rios, deslizamentos de encostas, desabamentos de casas ou inundação de ruas por conta de enxurradas.
De acordo com a Defesa Civil do Estado, 70 municípios decretaram situação de emergência, de um total de 117 localidades que apresentaram danos relativos aos temporais.
Conforme boletim divulgado nesta quinta-feira (13), 2.295 pessoas estão desabrigadas e 15.630 desalojadas, ou seja, foram levadas para casa de parentes, vizinhos ou amigos, além de abrigos públicos.
Segundo o órgão, 199 casas foram destruídas e 5.381 apresentaram danos. O informe registra ainda que 96 pontes caíram e 336 apresentaram danos na estrutura. Aproximadamente 1,2 milhão de pessoas foi afetado pelas chuvas nesse período chuvoso, segundo dados da Defesa Civil.
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