Anastasia estima em R$ 250 milhões prejuízos com chuvas em cidades de MG; 84 cidades decretaram emergência
O governador de Minas Gerais, Antonio Anastasia (PSDB), estimou nesta segunda-feira (17) em R$ 250 milhões os prejuízos causados pelas chuvas em diversas cidades do Estado. Ao todo, 84 localidades mineiras decretaram situação de emergência, segundo a Defesa Civil Estadual, de um total de 132 cidades que relataram danos com as chuvas. O tucano disse que está em contato com o governo federal e cobrará recursos da União.
“Estamos estimando em cerca de R$ 250 milhões, incluindo prejuízo dos municípios e também das estradas estaduais. Isso não inclui os prejuízos do comércio. A questão do comércio vai ser tratada pelo BDMG (Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais), através de um fundo específico. R$ 250 milhões referentes a casas, estradas, instalações que foram destruídas ou danificadas”, disse o governador, após reunião com vários órgãos da administração estadual feita para discutir a situação das cidades atingidas pelos temporais, que já mataram 16 pessoas desde novembro do ano passado.
As duas últimas cidades que decretaram situação de emergência foram Carvalhos (sul do Estado) e Tapiraí (localizada na região centro-oeste).
"Estou em contato permanente com o governo federal. Falava ontem com o ministro da Integração Nacional (Fernando Bezerra Coelho), para quem vamos encaminhar os pedidos em nome do Estado e dos municípios, dos prejuízos ocorridos no Estado. Para que haja a tramitação normal em Brasília”, adiantou Anastasia.
Ele vistoriou a região sul do Estado, uma das mais atingidas pelas chuvas, no último sábado, e minimizou o cenário encontrado. De acordo com o tucano, “é uma situação grave, mas não gravíssima”. Apesar de o governador ter afirmado que a situação merece “atenção especial’, ele disse que o Estado foi menos castigado de que em outros anos e outros Estados. Anastasia destacou trabalho da Defesa Civil de Minas Gerais e disse contar com apoio das Forças Armadas para restabelecimento de comunicação e vias de acesso a municípios atingidos.
Em relação à região Sudeste do país, castigada pelas chuvas de verão, ele atribuiu o “adensamento urbano sem o devido planejamento” às catástrofes verificadas nos Estados. Maneiras de minimizar as tragédias, na ótica do governador mineiro, seriam coibir a ocupação de áreas de risco e retirar as pessoas desses locais. Ele citou exemplo da região serrana do Rio de Janeiro, onde mais de 600 pessoas morreram por conta das chuvas.
“Na região Sudeste, isso se agrava em razão da topografia. A região serrana do Rio foi o exemplo mais vivo disso. Uma cidade muito populosa, em uma situação com tomografia muito irregular e com uma chuva muito forte. Então, todos os ingredientes do que, lamentavelmente, aconteceu”, explicou.
Alagoa
O município mineiro de Alagoa, no sul do Estado, convive com restrição de acesso desde o dia 12 deste mês, quando a localidade foi atingida por uma tempestade.
Segundo o coordenador da Defesa Civil municipal, Osvaldo Filho, 63 km de estradas foram danificadas e a localidade, que decretou situação de emergência, somente é alcançada por veículos com tração nas quatro rodas, mesmo assim com muita dificuldade, ou por tratores.
Somente nesta segunda-feira deverá ser desobstruída via de acesso à cidade de Aiuruoca, que também decretou situação de emergência. De acordo com relato do coordenador, a cidade não tem comunicação fixa nem por celular.
Apesar de a ajuda da Defesa Civil já ter chegado ao local, ele explicou que alguns bairros estão sem luz e sem acesso ao restante da cidade. A população necessita ainda de doações de roupas.
Várias cidades do sul têm sido afetadas pelos temporais e apresentaram problemas como inundações, deslizamentos de terra, desabamentos de casas e enxurradas, Os municípios de Pouso Alegre, Seritinga, Itajubá, Careaçu, Conceição do Rio Verde, Maria da Fé, Camanducaia, Ouro Fino, Cambuquira, São Lourenço e Lavras, entre outras, estão entre os prejudicados pelas chuvas.
No Estado, além das mortes, as chuvas deixaram 78 pessoas feridas. Atualização feita pela Defesa Civil mostra que 2.594 pessoas estão desabrigadas e 16.957 ficaram desalojadas, ou seja, foram acolhidas em casa de parentes, vizinhos e amigos, ou ainda foram levadas para abrigos públicos.
O informe ainda traz total de 243 casas e 113 pontes destruídas. Ao todo, 6.621 imóveis apresentaram danos e 346 pontes sofreram abalos na estrutura. O órgão revela ainda que quase 1,3 milhão de pessoas foi afetado nesse período chuvoso.
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