Topo

Venda de sítio do goleiro Bruno em Minas Gerais vai parar na Justiça

Rayder Bragon<BR>Especial para o UOL Notícias<BR>Em Belo Horizonte

11/04/2011 16h47

A venda do sítio do goleiro Bruno Souza, localizado na cidade de Esmeraldas (MG) e apontado como suposto cativeiro de Eliza Samudio, ex-amante do atleta, está sendo questionada na Justiça.

A advogada de Sônia de Fátima Moura, mãe de Eliza, entrou com requerimento na 1ª Vara de Família da Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, pedindo a indisponibilidade do imóvel, cujo preço foi fixado em R$ 1,2 milhão, mas que pode ser adquirido por até R$ 800 mil. Segundo a advogada Maria Lúcia Borges, o procedimento já havia sido feito em relação a um apartamento que consta no nome do jogador, localizado no Recreio dos Bandeirantes, no RJ.

Assim que soube pela imprensa do desejo de Bruno e da ex-mulher Dayanne de Souza de se desfazerem do imóvel, ela acionou a Justiça. Ainda de acordo com a defensora, não houve resposta, até o momento, da juíza que cuida do caso.

Na mesma 1ª Vara de Família corre o processo de reconhecimento de paternidade em relação ao menino que seria fruto do relacionamento de Bruno e Eliza.

“Ele (Bruno) ainda não foi intimado sobre isso, mas ele vai ser intimado”, disse a advogada. Segundo ela, o objetivo é resguardar os direitos da criança. Borges afirma ainda que o garoto, que fez um ano em fevereiro deste ano, não recebeu nenhuma quantia do suposto pai, apesar de a Justiça ter determinado, no final de outubro do ano passado, que sejam descontados 17,5% da renda do goleiro para fins de pensão alimentícia.

“Para garantir o pagamento disso daí [pensão alimentícia] é que nós pedimos a indisponibilidade dos bens dele”, afirmou a advogada.

Borges afirma ter se surpreendido com o anúncio da transação do imóvel em Minas Gerais. “Eu achei que a Justiça Criminal (de MG) já tinha bloqueado a venda dele por conta do histórico do local. Eu fui verificar e constatei que não estava bloqueado”, disse.

Questionada sobre a possível negociação do sítio ainda nesta semana, a advogada afirmou que a venda poderá ser desfeita. “Todo bem que for alienado a terceiros, e que não esteja garantido o direito de domínio, a alienação é passível de ser anulada pela Justiça. No caso específico, há o direito da criança. Ela tem direito a um dano moral, material e ainda tem a questão da pensão alimentícia. Temos que garantir o futuro dela.”

O menino mora com a avó materna na cidade de Anhanduí, em Campo Grande (MS). A guarda dele é disputada por ela e pelo pai de Eliza, Luis Carlos Samudio.

Outro lado

De acordo com a assessoria do TJ-MG (Tribunal de Justiça de Minas Gerais), não há impedimento dado pela juíza Marixa Fabiane, do Tribunal do Júri de Contagem, onde tramita o processo sobre o sumiço de Eliza, em relação à comercialização do imóvel.

Bruno e mais sete pessoas, incluindo Dayanne, vão a júri popular, ainda sem data marcada, pelo sumiço da jovem. 

Atualmente, Bruno está preso na penitenciária de segurança máxima Nelson Hungria, em Contagem, cidade da região metropolitana de Belo Horizonte. Também estão detidos Luiz Henrique Romão, o Macarrão, braço-direito de Bruno; o ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, acusado pela polícia de ser o executor de Eliza; e Sérgio Rosa Sales, primo do jogador conhecido como Camelo.

Além de Dayanne de Souza, respondem ao processo em liberdade, por determinação da juíza, Fernanda Castro, ex-amante de Bruno; Elenílson Vítor da Silva, ex-administrador do sítio; e Wemerson Marques de Souza, o Coxinha, amigo do atleta.

O advogado Francisco Simim, que representa Dayanne de Souza, disse à reportagem do UOL Notícias que não há obstáculos para a venda do imóvel. Responsável pela venda, Simim revelou que a transação está adiantada e existem três clientes interessados em comprar a propriedade, que tem 5.000 metros quadrados e está localizada em um condomínio fechado. O local dispõe de piscina, campo de futebol, além de uma casa principal. O valor deve ser divido entre Bruno e Dayanne, de acordo com o defensor.

O advogado ainda minimizou uma possível disputa judicial. “A juíza do processo já se manifestou e não apresentou nenhum obstáculo à venda. Não existe herança com o pai vivo”, resumiu o advogado.