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Quebra de sigilo de juíza do caso Bruno não procede, diz corregedoria do TJ-MG

Rayder Bragon

Especial para o UOL Notícias<br>Em Belo Horizonte

30/06/2011 12h36

O pedido de quebra do sigilo telefônico da juíza Maria José Starling, da comarca de Esmeraldas (MG), não será acatado pela Corregedoria do Tribunal de Justiça de Minas Gerais. O requerimento foi um dos aprovados em sessão da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (AL-MG), na última terça-feira (28).

No mesmo dia, a corregedoria abriu um “procedimento preliminar” para investigar o caso no qual a dentista carioca Ingrid Oliveira, que se diz noiva do goleiro, acusa a magistrada de envolvimento em suposto esquema de cobrança de propina para liberar o goleiro da cadeia. A hipotética trama contaria com a participação do advogado Robson Pinheiro Melo. Ele e a magistrada negam as acusações.

O pedido da quebra de sigilo não será acolhido pelo órgão porque a juíza não responde a nenhum processo criminal. Somente nesse caso, e com ordem judicial, a quebra poderia se feita, informou a assessoria do tribunal, que ainda relatou não ter a corregedoria poderes para conceder quebras de sigilos.

O trabalho do órgão se limita a averiguar as denúncias contra magistrados, por meio de procedimentos administrativos, e remeter o resultado a uma corte composta por desembargadores, informou a assessoria.

Na sessão da Comissão de Direitos Humanos, feita no dia 28 deste mês, foram ouvidos o goleiro Bruno Souza, o seu advogado de defesa, Cláudio Dalledone, e Ingrid Oliveira. Bruno está preso na penitenciária de segurança máxima Nelson Hungria, em Contagem (MG), pelo sumiço da ex-amante Eliza Samudio. Ele e mais sete pessoas vão a júri popular, ainda sem data definida.

Denúncia

Segundo a denúncia feita pela dentista, o advogado Robson Pinheiro Melo tentava intermediar, com a anuência da juíza, cobrança de R$ 1,5 milhão para libertar o goleiro por meio de habeas corpus que seriam impetrados nas três instâncias judiciais.

A moça afirma ainda que o advogado teria passado a pressionar pelo dinheiro mesmo não tendo ainda obtido êxito em soltar Bruno.

Para Robson Melo, o goleiro estaria com “medo” de que sua dívida com ele, por conta de honorários não pagos, seja executada na Justiça. Este seria o motivo apontado por Melo para a  noiva de Bruno, a dentista carioca Ingrid Oliveira, tê-lo acusado de extorsão.

O advogado cita ter firmado contrato com o goleiro entre dezembro do ano passado e fevereiro de 2011. No documento pactuado, há cláusula que determina o pagamento de R$ 1,5 milhão 48 horas após a soltura do jogador.