Tiros que mataram menino Juan em favela do Rio partiram de PMs, diz delegado
O delegado da Divisão de Homicídios da Baixada Fluminense (RJ), Ricardo Barbosa, afirmou nesta quarta-feira (20) que os tiros disparados durante a operação que culminou com a morte do estudante Juan Moraes, 11, partiram apenas dos fuzis utilizados pelos policiais militares que participaram da ação. Em coletiva no prédio da Polícia Civil do Rio, Barbosa explicou que as análises periciais indicaram que não houve qualquer tipo de confronto.
Os PMs suspeitos no caso de desaparecimento e morte de Juan - o crime ocorreu há exatamente um mês na comunidade do Danon, em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense - são Edilberto Barros do Nascimento, Rubens da Silva, Isaías Souza do Carmo e Ubirani Soares. Nesta terça-feira (19), o Ministério Público Estadual encaminhou à 4ª Vara Criminal de Nova Iguaçu pedidos de prisão temporária para os quatro policiais envolvidos.
Barbosa entende que a prisão temporária dos policiais pode facilitar o andamento das investigações, já que muitas testemunhas estão com medo de represálias. O magistrado da 4ª Vara Criminal de Nova Iguaçu deve analisar ainda nesta quarta-feira a solicitação feita pelo MP.
ONG do Rio realiza protesto pela morte
do menino Juan; veja o vídeo
O envolvimento dos quatro PMs no caso só foi formalmente investigado por meio de um Inquérito Policial-Militar cerca de 22 dias após a morte do garoto. Antes, os policiais respondiam apenas a sindicância interna do 20º BPM. Segundo o comandante-geral da PM, coronel Mário Sérgio Duarte, se comprovada a participação dos suspeitos, todos serão expulsos da corporação.
O corpo de Juan só foi encontrado no último dia 30 às margens do Rio Botas, em Belford Roxo. Após a primeira perícia realizada na ossada, uma perita do Posto Regional de Polícia Técnica Científica (PRPTC) de Nova Iguaçu concluiu que se tratava de uma menina.
Porém, teste de DNA comparando material genético de familiares de Juan com amostra colhida no chinelo que o garoto usava no dia do desaparecimento comprovaram a identidade da vítima.
Leia mais
- Investigação sobre morte do menino Juan causa divergência entre polícias Civil e Militar
- Justiça autoriza quebra de sigilo telefônico de envolvidos no caso Juan
- Caso de Juan traz à tona centenas de desaparecimentos até hoje sem solução
- Órgãos públicos foram ineficientes e erraram no caso Juan, dizem especialistas
Os policiais militares foram denunciados por dois homicídios duplamente qualificados (pelas mortes de Juan e do adolescente Igor de Souza Afonso, 17, que supostamente teria ligações com o narcotráfico local), duas tentativas de homicídio duplamente qualificado (o irmão de Juan, Wesley Moraes, e a testemunha Wanderson dos Santos de Assis, 19, também baleados) e ocultação de cadáver (de Juan).
Principal suspeito
De acordo com o laudo de confronto balístico feito pelo Instituto de Criminalística Carlos Éboli, apenas o cabo Edilberto Barros do Nascimento, um dos quatro PMs supostamente envolvidos na morte de Juan Moraes, 11, realizou disparos com um fuzil calibre 7,62 durante a operação na comunidade do Danon, no dia 20 de junho.
Outras nove metralhadores e todas as cápsulas recolhidos no local do crime foram analisadas pelos peritos do ICCE.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.