PM entra em greve, e Maranhão recebe Força Nacional e Exército para fazer segurança
Os policiais militares e bombeiros do Maranhão iniciaram, na tarde desta quarta-feira (23), uma greve para cobrar reajuste salarial. Com a falta de policiamento nas ruas, tropas da Força Nacional de Segurança foram chamados ao Estado para atuar em São Luís e em algumas cidades do interior do Estado. O Exército também está nas ruas maranhenses.
Os homens da Força Nacional e do Exército foram integrados ao CCI (Centro de Comando e Controle Integrado), da Secretaria de Segurança Pública. Homens das polícias Civil, Federal e Rodoviária Federal, além de Grupo Tático Aéreo (GTA) e a Força Aérea Brasileira (FAB) também ajudam a monitorar a segurança no Estado.
Os militares entraram em greve depois de um impasse na negociação do reajuste salarial com o governo estadual. Eles cobram o reajuste de 30%, além do ajuste da carga horária, realinhamento no escalonamento e pagamento de adicional noturno.
Logo após a decisão da greve, policiais e bombeiros ocuparam o prédio da Assembleia Legislativa. Os grevistas buscam apoio dos parlamentares ao movimento. Segundo o diretor de comunicação da Assepma (Associação dos Servidores Públicos Militares Estaduais do Maranhão), cabo Ebnilson Carvalho, os ocupantes pediram uma audiência com o presidente da Assembleia, Arnaldo Melo (PMDB).
Os grevistas estão acampados desde a tarde de ontem no local. “São cerca de 2.000 militares que estão aqui cobrando apoio da Casa. Passamos a noite aqui e só sairemos quando conversar com o presidente”, disse Carvalho, destacando que cerca de 70% dos policiais militares e bombeiros aderiram à paralisação.
Greve ilegal
Em menos de 24 horas, a paralisação já foi considerada ilegal pela Justiça. No início da tarde desta quinta-feira (24), a SSP (Secretaria de Segurança Pública) informou que o governo do Estado conseguiu uma liminar no Tribunal de Justiça do Maranhão, que determinou o retorno imediato dos grevistas ao trabalho.
Segundo a SSP, a liminar, assinada pelo desembargador Stélio Muniz, ainda estipulou a pena diária de R$ 200,00 por cada militar fora do trabalho e ainda desconto dos dias parados na folha salarial dos grevistas, caso haja descumprimento da ordem.
Apesar de ir à Justiça, a SSP informou que sempre esteve aberta ao diálogo com os militares e destacou que durante as negociações com policiais e bombeiros, as categorias conseguiram avanços como “aumento do auxílio alimentação de R$ 120,00 para R$ 250,00, criação e regulamentação de 9 unidades operacionais, com a criação de 4.466 cargos, tendo como consequência a promoção de 406 oficiais, redução do interstício de 10 anos para cinco anos da promoção do soldado a cabo PM, redução do interstício de 8 anos (tempo de serviço) e 6 anos (antiguidade e merecimento) para apenas 3 anos em ambos os casos, para a promoção do cabo a 3° sargento. Redução do interstício de 4 anos para 3 anos, para a promoção do 3° sargento a 2° sargento. A decisão permitiu a efetivação de 3.388 promoções de praças em todas as graduações”, diz o governo.
Em nota, a SSP diz ainda que “um estudo para realinhamento salarial dos servidores públicos estaduais ativos e inativos, contemplando também os policiais militares, está sendo elaborado”.
Segundo a SSP, o policial militar do Maranhão recebe o 7º salário do ranking nacional, no valor de R$ 2.028,00. “Maior que a remuneração percebida no Rio de Janeiro, que é de R$ 1.137,49 e no Rio Grande do Sul, que é R$ 996,00.”
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