Com militares em greve há quatro dias, policiais civis entram em greve e paralisam segurança no Maranhão; Assembleia suspende atividades
Quatro dias após o início da greve dos militares do Maranhão, os policiais civis e os peritos criminais do Estado iniciaram uma paralisação por tempo indeterminado. A decisão foi tomada na noite desta segunda-feira (28), em assembleia da categoria. Com o início do movimento, todo o serviço de segurança pública está paralisado no Estado do Maranhão nesta terça-feira (29). Segundo o governo, a Força Nacional e o Exército realizam parte do trabalho ostensivo nas ruas. A Assembleia Legislativa decidiu suspender as atividades até que os policiais voltem ao trabalho.
Segundo o Sinpol (Sindicato dos Policiais Civis), a categoria entrou em greve para reivindicar a incorporação nos salários de 11,95%, referentes às perdas causadas na época da Unidade Real de Valor (URV), e a criação de um novo Plano de Cargos, Carreiras e Remuneração.
Em nota, o Sinpol afirma respeitar “sempre os 30% para atender a continuidade dos serviços públicos prestados à população pela polícia civil”. Os policiais estão registrando apenas “autos de prisão em flagrante delito referentes aos crimes de tortura, terrorismo, contra a vida, contra os idosos e crianças, assim como os crimes sexuais”.
Só serão realizados exames periciais em local de crimes contra a vida, acidentes com mortos, bem com exames laboratoriais relacionados com flagrante delito.
A Delegacia Geral de Polícia informou nesta terça-feira ao UOL Notícias que ainda não foi comunicada oficialmente pelos sindicatos da greve. Ainda segundo a nota, a instituição não recebeu qualquer solicitação de reivindicação.
A delegacia geral informou ainda que os reajustes pedidos já foram aprovados pela Assembleia Legislativa do Estado e serão implantados a partir de 2012. “Outros pleitos seriam apreciados mediante constituição de uma comissão específica para tratar dos assuntos, em especial, a elaboração do Plano de Cargos e Salários.”
Por fim, a delegacia informa que está “aberta e disposta ao diálogo, objetivando mediar a resolução mais plausível possível com vistas a restaurar a normalidade em prol da efetiva prestação dos serviços públicos”.
Assembleia suspende trabalhos
Nesta terça-feira (29), a mesa diretora da Assembleia Legislativa do Estado informou que “determinou a suspensão dos trabalhos legislativos e administrativos temporariamente, até que policiais militares e bombeiros encerrem o movimento paredista em reivindicação a melhores condições de trabalho e salariais”.
Representantes dos militares estão acampados no prédio da Assembleia Legislativa desde a noite do dia 23.
A mesa diretora solicitou ao Gabinete Militar que vistorie “as dependências e patrimônio da Casa, visando à responsabilização por algum dano que venha a ser causado” pela manifestação no prédio do Legislativo.
Na noite desta segunda-feira (28), deputados tentaram entrar em acordo com os manifestantes para que desocupassem o prédio e intermediaram uma negociação entre militares e governo do Estado, mas “nenhuma das partes entraram em consenso”, e a greve continua.
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