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Mulher de bombeiro preso diz que ele foi à Bahia negociar desocupação da Assembleia Legislativa

Vitor Abdala

Da Agência Brasil, no Rio

09/02/2012 09h40

A mulher do cabo Benevenuto Daciolo, do Corpo de Bombeiros do Rio de Janeiro, disse nesta quinta-feira (9) que o marido estava na Bahia a pedido da Auditoria Militar para ajudar a negociar fim do impasse na Assembleia Legislativa baiana.

Segundo Cristiane Daciolo, Benevenuto atendeu a um pedido do juiz José Barroso Filho, da Auditoria Federal Militar.

O cabo foi preso administrativamente ontem (8) assim que desembarcou no Rio de Janeiro, vindo da Bahia, pela Corregedoria do Corpo de Bombeiros, acusado de incitar o movimento.

Segundo os bombeiros, pela Constituição, nenhum militar pode fazer greve. Daciolo foi um dos líderes do movimento grevista dos bombeiros fluminenses no ano passado e chegou a ser detido com mais 400 militares por motim.

Gravações telefônicas divulgadas ontem pelo "Jornal Nacional", da TV Globo, apontam que Daciolo falou em inviabilizar tanto o Carnaval baiano quanto o fluminense .

Cristiane Daciolo diz que o marido não cometeu nenhum crime de incitamento. “Estão botando na conta dele uma crise que está instaurada no estado. Ele não tem nada a ver com isso. Fizeram essa prisão arbitrária e a gente ficou sem saber o que fazer com essa covardia”, disse.

Segundo ela, o cabo foi levado para o Presídio de Segurança Máxima Bangu 1. “Mandaram meu marido para o Presídio Bangu 1, só com uma prisão administrativa. Nada justifica pegar um bombeiro militar e jogar lá em Bangu 1. Ele tem que ficar dentro do quartel. Primeiro, ele tem que ser julgado e, se ele for expulso, é que ele vai para uma cadeia normal”, disse.

Ameaça de greve

Bombeiros e policiais militares fluminenses ameaçam entrar em greve por aumento salarial. A Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) deve votar às 11h de hoje o Projeto de Lei 1.184/12, que trata de aumento concedido a servidores da Polícia Militar, da Polícia Civil, do Corpo de Bombeiros e de agentes penitenciários. O texto seria votado na última terça-feira (7), mas foi retirado de pauta após receber 78 emendas.