Motorista preso após morte de ciclista em SP paga fiança e é solto, mas responderá por homicídio
O motorista de um dos ônibus envolvidos no acidente na avenida Paulista que matou a ciclista Juliana Ingrid Dias, 33, pagou fiança de R$ 1.500 e foi solto na noite desta sexta-feira (2). Reginaldo Santos, 36, havia sido preso em flagrante por homicídio culposo (sem intenção de matar), mas teve a fiança quitada pelo sindicato dos motoristas do transporte coletivo. A ciclista, bióloga e pesquisadora do hospital Sírio Libanês, morreu atropelada por volta das 10h.
Santos, que conduzia o ônibus que fazia uma ultrapassagem em outro ônibus, foi solto logo depois de passar por exame de corpo de delito no IML (Instituto Médico Legal), mas foi indiciado pela polícia e ainda responderá pelo crime.
Em entrevista coletiva na sede do 78º Distrito Policial, no bairro dos Jardins, a delegada Victória Lobo Guimarães e o delegado seccional, Kléber Autali, afirmaram que as investigações apontaram que o motorista do outro ônibus, o que estava na faixa exclusiva para ônibus, não teve responsabilidade na morte da jovem.
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De acordo com a delegada, Santos teria contribuído para a queda da ciclista ao agir “com imprudência, negligência e imperícia”. Na ultrapassagem, o ônibus conduzido por Santos teria desequilibrado a ciclista.
“Não temos ainda todos os detalhes, mas, se no decorrer das investigações constatarmos que houve dolo (intenção), ele será novamente indiciado”, afirmou a delegada.
O indiciamento e a prisão que acabou revertida à noite aconteceram depois do depoimento prestado pelo estudante Mateu Augusto, 17. Ele apresentou a versão de que um segundo ônibus contribuíra para a queda da ciclista, trafegando pela terceira faixa da avenida. Até então, cogitava-se que a bióloga havia se desequilibrado, caído e sido atropelada pelo ônibus que vinha pelo corredor, à direita.
Nos próximos dias, a polícia deverá analisar imagens fornecidas pela CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) do trânsito no momento do acidente. Imagens de câmeras de segurança de estabelecimentos comerciais também estão sendo apuradas, segundo a SSP-SP (Secretaria de Segruança Pública de São Paulo).
A ciclista era natural de São José dos Campos, no interior paulista, e, segundo amigos que estiveram na delegacia, era ativista por maior acessibilidade aos ciclistas em centros urbanos e fazia diariamente, de bicicleta, o percurso entre o Sírio (centro) e a residência, na Vila Mariana (zona sul).
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