Polícia Federal abre quatro inquéritos para apurar corrupção em hospital do Rio
A Polícia Federal informou nesta segunda-feira (19) que vai iniciar quatro inquéritos para investigar denúncias de corrupção em um hospital do Rio de Janeiro, depois de empresas oferecerem propina a um repórter disfarçado de funcionário público para fraudar licitações. Essas mesmas companhias tiveram suspensos todos os seus convênios com o Ministério da Saúde.
Uma reportagem exibida no domingo (18) pela TV Globo mostra a ação de representantes de empresas que tentam obter vantagens por meio de formação de quadrilha, peculato, corrupção, fraude em licitação e cartel. Antes da assinatura de contratos, as negociações foram suspensas. O repórter passou dois meses como diretor de compras do hospital com conhecimento apenas da cúpula do órgão.
Segundo o delegado Victor Poubel, que trata do caso na Delefin (Delegacia de Repressão a Crimes Financeiros e Desvio de Recursos Públicos), a busca por ilegalidades levará à revisão de contratos feitos por essas empresas em órgãos públicos desde 2009.
“Ainda não temos um prazo para concluir, será trabalhoso e profundo”, disse ele ao UOL. O Ministério da Saúde deve colaborar nas investigações. Para o delegado, os representantes das empresas mostraram “o desprezo aos princípios da legalidade, impessoalidade e moralidade”, que “tanto devem ser obedecidos por servidores da Administração Pública direta e indireta quanto por aqueles que com ela contratam”.
A PF intimou 17 pessoas para depor ainda nesta semana e pediu informações à Controladoria Geral da União (CGU), Tribunal de Contas da União (TCU), Advocacia Geral da União (AGU), e Ministério Público Federal (MPF) para saber se essas empresas têm contratos com hospitais da rede federal.
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