PF desarticula quadrilha acusada de tráfico internacional de drogas comandada de presídios no NE

Uma operação desencadeada pela PF (Polícia Federal) em Pernambuco, nesta terça-feira (20), prendeu sete pessoas acusadas de envolvimento em uma quadrilha especializada em tráfico de drogas internacional. Os mandados de prisão da Operação Argus foram cumpridos no Recife e em Matelândia (561 km de Curitiba).

Segundo nota enviada pela PF, o crack era trazido da Bolívia para o Recife, e a quadrilha era comandada por J.M.S., de 42 anos, que já estava detido no presídio Barreto Campelo, no Recife, de onde comandaria o tráfico. Todos os presos tiveram apenas as iniciais reveladas.

Segundo a PF, o acusado comandava o grupo de dentro dos presídios por onde passou. Respondendo a seis processos por tráfico de drogas em Pernambuco, J.M.S. já cumpriu pena em RDD (regime disciplinar diferenciado), no presídio de segurança máxima de Mossoró (RN), de onde –segundo a PF– “ele também dirigia o tráfico de drogas.” A PF não informou em que período ele ficou detido na unidade.

A PF ainda informou que agentes penitenciários da Barreto Campelo encontraram, durante revista à cela do acusado de liderar a quadrilha, cadernos com anotações relativas à movimentação do tráfico. Durante o cumprimento dos mandados de busca foram apreendidos outros documentos relativos às atividades da quadrilha, que também serão analisados pela PF no decorrer das investigações.

Atuação

As investigações que resultaram na operação desta terça-feira começaram em outubro de 2011, quando a PF prendeu quatro pessoas estavam em um veículo de Matelândia com 19,5 kg de pasta base de crack camuflados na mala do veículo. A droga seria distribuída em Pernambuco.

Durante as investigações, também foi apreendida uma adolescente em Brasília, em novembro, quando ela transportava 5,5 kg de pasta-base de crack em uma falsa barriga de gravidez. Ela estava dentro de um ônibus que saiu do Mato Grosso com destino ao Recife.

Segundo a PF, a quadrilha sempre recrutava pessoas para atuar como “mulas” no transporte da droga. Entre as escolhidas estavam as mulheres de presos e colegas de cela de J.M.S., além de adolescentes.

A cocaína vinha da Bolívia para o Brasil através do Estado do Mato Grosso, onde a esposa e o cunhado do acusado de liderar quadrilha a enviavam à capital pernambucana. A droga vinha em carros particulares ou ônibus, sempre camufladas no corpo das “mulas” ou em fundos falsos de carros .

Os presos homens, no Recife, foram levados para o Centro de Observação e Trigem Professor Everardo Luna (Cotel), em Abreu e Lima, enquanto a mulher presa foi encaminhada para a Colônia Penal Bom Pastor, na capital pernambucana. Já os detidos em Matelândia foram levados a estabelecimentos prisionais da cidade paranaense. Todos permanecerão à disposição da Justiça Federal.