Topo

Comerciantes aproveitam Rio+20 para aumentar preços da água de coco e da caipirinha; turistas reclamam

Hanrrikson de Andrade

Do UOL, no Rio

15/06/2012 07h00

"Coconut water: US$ 5", avisa a placa de um dos quiosques da praia de Copacabana, na zona sul do Rio de Janeiro. O anúncio do preço da água de coco --quase R$ 10 na moeda nacional--, é apenas um dos indícios que mostram como os comerciantes da orla carioca estão aproveitando o aumento do fluxo de estrangeiros na capital fluminense para faturar rendimentos extras.

A tática não passa despercebida por turistas e membros de comitivas internacionais. Para o nova-iorquino Mark Stevens, 35, que veio ao Rio para participar de um dos eventos do Humanidade2012 --evento paralelo à Rio+20 e que ocorre até o dia 22 de junho no Forte de Copacabana--, trata-se de uma "lógica oportunista".

"Às vezes sai mais caro do que consumir no hotel. Eles estão aceitando dólar e até euro, mas se você opta por pagar em real, a água de côco sai bem mais barata [cai para até R$ 6, em alguns casos]. Essa é uma lógica oportunista, mas é compreensível", disse.

O valor médio de uma água de côco gira em torno de R$ 4 nas praias da zona sul. No índice de preços do mesmo estabelecimento que cobra quase R$ 10 pela água de coco, a dose de caipirinha --produto geralmente muito consumido por turistas-- é vendida em duas categorias: a "simple", que vale oito dólares [cerca de 16 reais], e a "super", que sai a 12 dólares [quase 24 reais].

A mesma placa indica que, na moeda nacional, a caipirinha mais cara custa R$ 16. Segundo Tânia Nascimento, funcionária do quiosque, muitos turistas pedem que a dose contenha um nível mais elevado de álcool, o que supostamente seria uma das justificativas para a diferença de preços.

Além disso, a comerciante argumenta que a marca de cachaça utilizada na preparação das caipirinhas seria de uma "melhor qualidade" em comparação com a concorrência.

"Eles [turistas] sabem que estão pagando por algo bom, de melhor qualidade, e também sempre pedem um 'chorinho' de cachaça. Também tem a opção de trocar a cachaça pela vodka, e não cobramos a mais por isso. Pode parecer caro, mas é melhor do que beber no boteco", disse.

A americana Donna Stevens, 31, mulher de Mark, também reclamou dos preços dos produtos comercializadas na orla carioca, e afirmou que "está mais caro do que Nova York". Para ela, que já visitou o Brasil em outras oportunidades, o momento econômico favorável do país "faz com que as pessoas tenham mais ambição".

"Entendemos em parte. Todo mundo quer lucrar, e o crescimento econômico faz com que as pessoas tenham mais ambição. Tive oportunidades de visitar o Brasil em 2000 e em 2005, e a diferença de preços, principalmente no Rio, é algo que pode ser facilmente observado", disse.