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PF conclui que falha em reforma provocou incêndio em capela da UFRJ; empresário é indiciado

Do UOL, no Rio

25/07/2012 12h44

A Polícia Federal concluiu nesta quarta-feira (25) que uma falha durante a reforma realizada no campus Praia Vermelha da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), na Urca, na zona sul da cidade, provocou o incêndio que destruiu a capela da instituição, em março do ano passado.

De acordo com o relatório da PF, três pessoas foram indiciadas pelo crime, entre os quais o proprietário da empresa contratada para restaurar o imóvel. Os nomes não foram divulgados.

Os investigadores estimaram um prejuízo de aproximadamente R$ 3 milhões para o governo federal. O incêndio também acabou com grande parte do acervo histórico sobre a universidade.

Segundo o reitor da instituição, Carlos Levi, o imóvel de três andares –que é tombado pelo patrimônio histórico desde 1962– abrigava o arquivo de um grupo de pesquisa que investiga a história da universidade.

A conclusão da Polícia Federal é a de que a reforma transcorreu por meio de procedimentos incorretos e com material de qualidade inadequada. Se denunciados à Justiça pelo Ministério Público, o proprietário da empresa responsável pelas obras e dois sócios poderão ser condenados por crime culposo contra o patrimônio cultural, com pena de seis meses a um ano de prisão.

O prédio, que foi construído por volta de 1845, passava por reformas há um ano. Durante a década de 60, o imóvel foi tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).

Para controlar as chamas, foram necessários mais de cem bombeiros de três quartéis diferentes do Corpo de Bombeiros na zona sul (Humaitá, Copacabana e Catete).[ Durante o incêndio, todos os alunos e funcionários da ECO-UFRJ e do Palácio Universitário –que reúne cinco cursos– foram retirados do local. Ninguém ficou ferido.

Antes de sediar o campus da UFRJ, os prédios da Praia Vermelha abrigavam o Hospício Pedro 2º. Lá foram internados o escritor Lima Barreto, o músico Ernesto Nazareth e o líder da Revolta da Chibata João Cândido, o “Almirante Negro".