Quem é o influencer procurado pelo 'Jogo do Tigrinho' que ostenta em Dubai
Com mais de 100 mil seguidores, o paranaense Eduardo Felipe Campelo, 30, ostenta sua vida de luxo em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, enquanto é considerado foragido da Justiça no Brasil e deve entrar na lista de procurados da Interpol. Após se tornar influencer do jogo Tigrinho, o jovem passou a ostentar, posando com carros avaliados em R$ 4,3 milhões.
Em novembro do ano passado, Campelo foi preso pela Polícia Civil, em Curitiba, horas antes de embarcar para Dubai. Ele e três amigos foram detidos sob as alegações de enriquecimento ilícito, lavagem de dinheiro e associação criminosa, devido ao "Jogo do Tigrinho". Ambos foram soltos em poucos dias, com medidas cautelares.
De motoboy à vida de luxo
O influencer começou a vida sendo motoboy. Sem ensino superior, ele se dedicava boa parte fazendo entregas para ajudar financeiramente a família. Perdeu a mãe há pouco mais de seis anos, quando também teve o seu filho. Os negócios dentro dos jogos de azar teriam começado há pouco mais de três anos.
Eduardo morava em uma casa alugada na cidade de Pinhais, avaliada em cerca de R$ 2 milhões de reais. Segundo o inquérito policial, o jovem chegou a movimentar R$ 8,5 milhões com os jogos de azar.
A viagem para Dubai era um desejo dele e da esposa para comemorar a lua de mel. Na primeira tentativa, ele foi preso três horas antes de viajar. Quando foi solto, reorganizou a ida para o início de abril. A primeira publicação dele dentro de um apartamento com vista dos maiores prédios da cidade foi no dia 6 do mesmo mês.
Passeios caros e carro de R$ 4 milhões
Na cidade, ele realizou alguns passeios com jetcar. Uma espécie de jet ski com formato de um carro de corrida. O UOL apurou com a empresa que um passeio de 30 minutos custava em torno de R$ 1.800. Uma visita ao deserto da região com direito a fotos com dromedários, passa dos R$ 900 por pessoa com direito a veículo para deslocamentos.
A diária em um hotel semelhante ao que ele está hospedado há mais de um mês, com sacadas, dois a três quartos e café da manhã incluso, pode custar em torno de R$ 1.200.
Nos últimos dias, Eduardo tem desfilado com um carro modelo Lamborghini Urus, avaliado no Brasil por R$ 4,3 milhões. Além de outros veículos da mesma marca.
Procurado pela Justiça
Dentre as medidas impostas pela justiça durante a liberdade, Eduardo e os amigos não poderiam mais divulgar os jogos na internet e não poderiam sair do Paraná sem aviso prévio ao juiz da comarca. Campelo e outros dois envolvidos descumpriram as medidas e foram alvos na manhã de ontem, de uma operação.
"Essa é a terceira fase da operação. O juiz determinou que eles não exercessem a exploração de jogos de azar, mas desde então eles vem fazendo isso. Fizemos o cumprimento de três mandados de busca e apreensão, e também de prisão contra os suspeitos. Um deles se encontra foragido, fora do território nacional e a Polícia Civil representou junto ao poder judiciário para que esse mandado de prisão seja veiculado na divisão vermelha da Interpol. Apreendemos três carros e uma moto, além de mais de R$ 12 mil em espécie", explicou o delegado Thiago Dantas ao UOL.
Defesa alega ilegalidade nas prisões
A defesa de dois dos envolvidos nessa última operação, afirmou que não existe base legal para o cumprimento das prisões autorizadas pela Justiça paranaense. Um pedido de habeas corpus será feito na tarde desta terça-feira.
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Quero receber"Não há provas e nem indícios de que ele movimentou todo esse valor por causa dos jogos. A polícia até hoje não encerrou o inquérito desde dezembro do ano passado. Ainda não entendemos a demora para encerrar essa investigação. Entendemos de todas as formas que essas prisões são totalmente ilegais. Vamos entrar com recurso no Tribunal de Justiça para derrubar elas", justificou o advogado Jackson Bahls.
Questionado sobre a volta de Eduardo ao Brasil, o advogado disse que já existe uma data. "Eduardo vai voltar para o Brasil em breve. Já existe uma passagem de volta comprada e ele está à disposição da Justiça. Vai responder o que tiver que responder na Justiça. Em nenhum momento ele se furtou da responsabilidade. A viagem já estava programada", finalizou Bahls.
Eduardo comentou em suas redes sociais que tudo se tratava de uma perseguição: "É uma injustiça tudo isso. Porque os grandes podem divulgar e eu e meus amigos que somos pequenos não podemos?! Isso é uma perseguição com nós (sic). Vou continuar normal os trampos".
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