Sobrinha divulga carta para médico achado morto: 'Sem ter o último te amo'

A ficha da partida do homem que era sinônimo de força para a família ainda não caiu. A afilhada de Leandro Medice, 41, que tinha o médico como um pai, relatou a dificuldade em acreditar na morte dele. Emocionada e abalada com a perda, Amanda Medice, 22, escreveu uma carta que comoveu quem teve acesso.

O médico capixaba foi achado morto na última segunda-feira, 13, em um abrigo em São Leopoldo (RS). A suspeita é de que ele tenha tido um mal súbito. Leandro foi ao estado em busca de ajudar as vítimas das enchentes que já duram quase duas semanas.

Notícia abalou a família

Amanda contou que o tio estava se programando para fazer mudanças para melhorar a clínica de estética e que havia combinado de almoçar com ele nos próximos dias. A notícia chegou de forma rápida e desestabilizou todos.

É um sentimento de tristeza profunda, algo que não dá pra explicar, acreditar ainda. Eu nunca vou esquecer do momento da notícia. A minha mãe me ligou por chamada de vídeo, chorando, contando o que tinha acontecido, mas eu não tava processando, não era real aquilo. Foi bem difícil, tem sido bem difícil.

A jovem nutricionista chegou a escrever uma carta para ele:

Morrer é ridículo. Você combinou que iríamos almoçar na semana seguinte, está com planos de reformar sua casa, está preocupado com contas, com várias ideias para o instituto e do nada, pela manhã, morre. De uma hora pra outra, tudo termina num infarto no meio da tragédia que foi ajudar no Rio Grande do Sul. Morrer é uma loucura. Te obriga a sair da festa na melhor hora, sem se despedir de ninguém, sem ter um último abraço ou um último ?te amo?, escreveu Amanda em carta enviada ao UOL.

Amanda disse que o tio foi fazer o que mais amava: cuidar de pessoas, estar com elas.
Amanda disse que o tio foi fazer o que mais amava: cuidar de pessoas, estar com elas. Imagem: Arquivo Pessoal

Ato de heroísmo

Os amigos e familiares classificaram o ato de Leandro, de ir ao Rio Grande do Sul para ajudar a salvar vidas, como heroísmo.

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É muito triste lembrar e falar dele numa tragédia assim tão grande assim. É uma fatalidade morrer aos 41 anos, mas sei que foi um ato de heroísmo. Ele saiu de casa e foi para o sul, a fim de fazer o que ele mais amava: cuidar de pessoas, estar com elas. Tudo isso é muito triste, mas um ato marcante, disse Amanda ao UOL

Em entrevista à TV Tribuna, afiliada do SBT, a nutricionista disse que o tio sempre será o herói da vida dela. "O meu tio foi uma pessoa maravilhosa. Uma pessoa extraordinária. Aquela que tira a própria roupa para te ajudar. Não importava o que você tinha, quanto você tinha, ele foi o meu herói em vida e pra sempre permanecer", destacou a jovem.

O corpo do médico será sepultado nesta quarta-feira (15), às 10h, no cemitério Jardim da Paz, em Laranjeiras, no município Serra (ES).

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