Casal se entrega à polícia por morte de primo de Bruno e diz não saber quem era a vítima
O subcorregedor da Polícia Civil de Minas Gerais, Alexandre França Pena, afirmou nesta terça-feira (4) que o casal responsável pela morte de Sérgio Rosa Salles, primo do goleiro Bruno que foi assassinado em Belo Horizonte (MG) em agosto, se entregou porque ficou assustado com a repercussão do caso. Em depoimento, Alexandre Ângelo de Oliveira, 28, e Denilza Cesário da Silva, 30, confirmaram que a motivação do crime foi passional e disseram não saber que se tratava do primo de Bruno.
Os dois se apresentaram na noite de segunda-feira (3), mas foram presos apenas hoje, quando foi expedido um mandado de prisão temporária. A polícia não divulgou o local para onde eles foram levados. Os dois serão indiciados por homicídio qualificado.
De acordo com o corregedor, Oliveira e Denilza eram amantes. Eles contaram que resolveram matar Salles após o mesmo ter assediado a mulher por duas vezes na rua. O casal, então planejou usar Denilza como isca. Ela passou em frente à casa do primo de Bruno e, na ocasião, a vítima teria tentado tocar em suas partes íntimas. Oliveira, que observava de longe, começou a atirar e perseguir Salles pelas ruas do bairro em uma motocicleta.
O suspeito tem passagem na polícia por tráfico de drogas. O revólver utilizado no crime, de calibre 38, ainda não localizado.
A morte de Camelo, como era conhecido o primo do jogador, ocorreu no dia 22 do mês passado no bairro Minaslândia, região norte da capital mineira. A vítima levou seis tiros.
Ele iria, juntamente com Bruno e mais seis pessoas, a júri popular, ainda sem data definida. Ele aguardava o julgamento em liberdade. Os réus são acusados de matar Eliza Samudio, cujo corpo nunca foi encontrado. A morte da vítima, contudo, foi reconhecida pela Justiça.
Por Camelo ser considerado peça-chave no processo judicial, a polícia investigava se a morte seria queima de arquivo.
Policiais envolvidos
A investigação sobre o assassinato de Salles foi assumida pela Corregedoria da Polícia Civil mineira no último dia 27 por conta de uma das linhas de investigações versarem sobre a suposta participação de policiais civis na morte de Camelo.
Essa hipótese foi descartada, de acordo com a assessoria da corporação, que afirmou ter recebido as informações do desfecho do caso pelo corregedor-geral de Polícia Civil mineira, Renato Patrício Teixeira.
O órgão havia retirado do Departamento de Investigações de Minas Gerais a incumbência de solucionar a morte de Salles após acatar pedido da Promotoria de Direitos Humanos do Ministério Público.
Em nota, a corregedoria tinha afirmado que Salles, durante a fase de investigações sobre o desaparecimento de Eliza, havia dito à Justiça ter sofrido constrangimentos no DHPP.
“Para evitar qualquer dúvida em relação à transparência das investigações, a Corregedoria então resolveu assumir a presidência do inquérito”, informou na ocasião a nota da polícia.
A corregedoria, desde então, estava colhendo o testemunho de familiares e conhecidos de Camelo.
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