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Garota salva irmão de ataque de pitbull no interior de São Paulo

Heloísa salvou o irmão, Heitor, de ataque de pittbull em Araraquara (SP) - Arquivo pessoal
Heloísa salvou o irmão, Heitor, de ataque de pittbull em Araraquara (SP) Imagem: Arquivo pessoal

José Bonato

Do UOL, em Ribeirão Preto (SP)

12/09/2012 12h58

Uma garota de 11 anos enfrentou um cão da raça pitbull em Araraquara (273 km de São Paulo) nesta segunda-feira (10) para salvar o irmão, de oito anos, que estava sendo atacado. O animal mordeu a cabeça, as costas e uma das mãos do menino quando ele voltava da escola na companhia da irmã.

Heloisa, a garota, chutou e gritou com o animal, que cessou o ataque e voltou para dentro de casa, uma república de estudantes que fica em frente à escola. "O pediatra falou que o cachorro poderia ter matado meu filho se a mordida tivesse atingido o pescoço", afirma a secretária Cristiana Teixeira, 33, mãe das crianças.

Heitor, o filho, recebeu dois pontos na cabeça e está bem, segundo a mãe. O problema, segundo ela, é a filha, que chora muito e está assustada. A família pensa em procurar ajuda psicológica para a garota.

Cristiana disse que o cão escapou da casa, que possui um portão de madeira, e atacou o filho pelas costas. "Ele é enorme e chega a impressionar de tão forte. Tenho um pitbull em casa, mas menor e dócil. É um absurdo um cachorro grande daqueles na frente de uma escola", afirmou.

A secretária disse que a família não pensa em tomar medidas judiciais contra os estudantes. Os rapazes, de acordo com ela, foram solícitos e pagaram a despesa de R$ 207 na farmácia. "Eles estão sempre em contato para saber se está tudo bem. A carteira de vacinação do cão está em dia. Nós não queremos prejudicá-los."

Van

Agora, em razão do acidente, Heloisa não vai mais buscar o irmão na escola, o que era rotina nos últimos três meses. A casa dos garotos fica a cinco quadras da escola. "Agora contratamos uma van para levar e trazê-lo", afirmou Cristiana.

O pitbull, chamado Johnny, está sob observação do Serviço Especial de Saúde de Araraquara (Sesa). Segundo um funcionário do órgão, o período de observação acaba no próximo dia 20.

A preocupação do Sesa é saber se, mesmo com a vacina em dia, o cão não está contaminado pela raiva. Nos animais, a doença se manifesta em cinco dias e leva os bichos à morte no oitavo dia.

De acordo com o Sesa, foram registrados dois casos da doença em seres humanos em Araraquara nos últimos 42 anos.