Fogo já queimou 10% do Parque da Chapada dos Guimarães (MT), diz Instituto Chico Mendes

O fogo voltou a queimar o Parque Nacional de Chapada dos Guimarães (40 km de Cuiabá), depois de quase uma semana com sinais de que estava sob controle. No último domingo (16), 53 brigadistas, a maior parte de Cuiabá, retornaram ao combate às queimadas, que antes estavam concentradas no entorno do parque.

Segundo Carolina Potter, analista ambiental do ICM-Bio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade), ainda não há números conclusos sobre a área queimada, já que todos os funcionários da instituição estão empenhados em controlar de vez o incêndio. Há estimativa de que o fogo tenha atingido 10% do Parque Nacional, ou seja, 3.000 hectares (30 milhões de metros quadrados).

Carolina Potter informou que os danos causados pelas queimadas, ao contrário do que se fala, são irreversíveis no Cerrado. “Muitos acham que o bioma se recupera com facilidade. Não é nada disso. O fogo danifica o solo e em determinado tempo, o banco natural de sementes se extingue”, afirma.

Dessa forma, explica Carolina, aves que criam seus filhotes perto do banco de sementes mudam de área. De acordo com a analista ambiental, a mata do Cerrado é muito sensível e adaptada apenas para o fogo natural, aquele ocasionado por raios e na época de chuvas, quando o solo está úmido.

A analista ambiental disse que se as queimadas continuarem nesse ritmo, nos próximos anos haverá prejuízos para o meio ambiente e afetará também a economia e o turismo em Chapada dos Guimarães.

Conforme Carolina Potter, muitos animais estão em fuga do Parque Nacional. Agentes do ICM-Bio já viram tatus de diversas espécies, rastros de onça com filhote, reptéis e pequenas aves fugindo de locais próximos aos focos de fogo.