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Agentes penitenciários temem rebeliões após transferência de membros do PCC

Felipe Amorim

Do UOL, em São Paulo

09/11/2012 13h40

Os agentes penitenciários de São Paulo temem que as transferências de líderes do PCC (Primeiro Comando da Capital) para presídios fora do Estado e para regimes mais rígidos de detenção, como o RDD (Regime Disciplinar Diferenciado), possa acirrar a onda de violência no Estado e leve a rebeliões nos presídios.

É o que afirma o presidente do Sindasp (Sindicato dos Agentes de Segurança Penitenciária do Estado de São Paulo), Daniel Grandolfo, que se reuniu na manhã desta sexta-feira (9) com o governador Geraldo Alckmin (PSDB) para apresentar reivindicações da categoria por mais segurança.

“É o receio que nós temos. O temor é que haja mais mortes, que haja represália do crime organizado. Mas alguma coisa tem que ser feita, não pode continuar do jeito que está. Temos que ser a favor dessas transferências. Se deixar, os caras vão mandar no Estado”, diz Grandolfo.

Na última quinta-feira (8), durante assembleia geral do Sindasp, Grandolfo diz que diversos agentes penitenciários relataram uma mudança no comportamento dos presos nos últimos dias, após ser anunciada a determinação do governo do Estado em transferir detentos ligados ao PCC, o que foi interpretado pelos agentes como um possível sinal de uma retaliação dos detentos. “Disseram para nós que os presos estão mais quietos. Não está um clima muito bom [nas cadeias], não é coisa boa”, diz o dirigente sindical.

Na assembleia, o sindicato orientou os agentes a se recusarem a realizar procedimentos, como a abertura e o fechamento de celas, caso avaliem que sua segurança está em risco.

Na reunião desta sexta-feira com o governador, um dos pleitos conquistados pela categoria foi a ampliação do seguro de vida, que passou de R$ 100 mil para R$ 200 mil, e foi estendido também para os agentes mortos fora das unidades prisionais, desde que a morte tenha relação com as atividades do agente. O benefício vale também para policiais civis e militares.

O Sindasp computa neste ano a morte de sete agentes, cujos crimes estariam, segundo o sindicato, ligados à onda de violência no Estado. “Tenho convicção de que foram execuções a mando do crime organizado”, afirma Grandolfo. Desde o início do ano, 19 agentes foram mortos.