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Plano do governo para período de chuvas no Sul e Sudeste prevê R$ 7,7 bi; ministro não garante fim de tragédias

Edgard Matsuki

Do UOL, em Brasília

12/12/2012 14h52Atualizada em 12/12/2012 15h05

Para minimizar o impacto causado pelas chuvas na região Sul e Sudeste e evitar que tragédias como as ocorridas na região serrana do Rio de Janeiro em 2011, o governo federal apresentou um plano de ação na manhã desta quarta-feira (12), em Brasília. Ao todo, serão investidos R$ 7,7 bilhões em ações de enfrentamento a desastres naturais. O governo, no entanto, admite que o plano não garante o fim de tragédias devidos a fortes chuvas.

De acordo com o ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra Coelho, o plano é dividido em quatro ações: mapeamento das áreas de risco, monitoramento para situações de alerta, prevenção nas regiões e resposta às ocorrências. “Queremos dar uma virada nas ações contra desastres. Começar a pensar em prevenção”, afirma Coelho.

O mapeamento do plano de ação é coordenado pelo Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), criado no final de 2011. De acordo com o órgão, a previsão de chuvas para os próximos 60 dias na região sudeste equivale a metade do previsto para o ano inteiro: “Devido a essa previsão, há possibilidade real de eventos climáticos extremos na região”, diz o Agostinho Ogura, membro do Cemaden.

No total, 195 cidades das regiões Sul e Sudeste estão sendo monitoradas pelo órgão. As regiões com maior atenção são as da Serra do Mar (SP, RJ e ES), Serra da Mantiqueira (SP), Centro-Sul de Minas Gerais e a Região Serrana do Rio de Janeiro. “Estamos mantendo um monitoramento 24 horas por dia para buscar anomalias climáticas nos locais”, diz Ogura.

Em relação à prevenção, o governo afirmou que está investindo mais de R$ 4 bilhões em obras de drenagem de bacias hidrográficas e cerca de R$ 600 milhões em contenção de encostas. “Ainda estamos fazendo ações para retirar pessoas dos locais de risco. Isso é muito difícil por haver resistência dos moradores dessas áreas”, afirma o ministro das Cidades, Agnaldo Ribeiro.

Também foi apresentada ações para tentar dar uma resposta rápida aos desastres naturais. Uma delas é a tentativa de desburocratizar o repasse de verbas para cidades que sofrem com as chuvas. Um cartão de pagamento foi criado para a Defesa Civil dos municípios utilizarem após os desastres.

Ações não garantem fim de  tragédias 

O período de chuvas nas regiões Sul e Sudeste, segundo o governo, vai do dia 15 de dezembro até o dia 15 de fevereiro. Mesmo com as medidas de prevenção, o governo não garante que tragédias deixem de ocorrer. “Temos que destacar que não controlamos os eventos climáticos. A nossa tentativa é de minimizar o impacto”, afirma Coelho. “Com essa estrutura, queremos evitar que pessoas morram”, completa Ogura.

As chuvas têm castigados cidades da região Sul e Sudeste do Brasil nos últimos anos. Em 2012, Minas Gerais e Rio de Janeiro sofreram com as chuvas. Em 2011, a região serrana do Rio de Janeiro teve problemas com o clima, com centenas de mortos devido a deslizamentos e inundações.