Chuvas no Rio deixam 4.800 fora de casa; mais duas cidades são afetadas
As chuvas que atingem o Estado do Rio de Janeiro (Baixada Fluminense, região serrana, Angra dos Reis e Mangaratiba) desde a madrugada de quinta-feira (3) continuam provocando estragos.
Boletim divulgado pela Defesa Civil do Estado nesta sexta-feira (4) aponta que subiu para 4.803 o total de pessoas que tiveram que sair de casa em todo o Estado por causa das chuvas. Duas pessoas morreram e outras duas estão desaparecidas: uma em Duque de Caxias e outra em Nova Iguaçu (ambas na Baixada Fluminense).
O drama dos atingidos
Após a enchente, Marcela Gomes Coelho, 32, encontrou um peixe em sua casa no distrito de Xerém, em Duque de Caxias (RJ)
- "Tem até peixe morto no quintal", diz moradora que teve casa destruída
- "Agora senti na pele", diz morador de Xerém (RJ) que ajudou vítimas em Teresópolis e morro do Bumba
- "Acordei com a água no pescoço", diz moradora de Duque de Caxias (RJ)
- Morador relata estragos após chuvas em Duque de Caxias (RJ)
Hoje, a Defesa Civil incluiu duas cidades da Baixada Fluminense entre as afetadas. Além de Nova Iguaçu, onde o rio Botas transbordou, houve inundação de ruas em vários pontos de em Belford Roxo por conta do deslocamento de água vindo de Duque de Caxias.
Sexto município mais populoso do Rio, Belford Roxo tem 550 pessoas desalojadas (foram para casas de amigos e parentes) e oito desabrigadas (em abrigos públicos). Houve transbordamento dos rios Botas, Sarapuí e Iguaçu e o nível do rio Capivari está muito alto, impedindo o deságue destes três rios.
O transbordamento dos rios Saracuruna, Inhomirim e Capivari deixou mil pessoas desalojadas e levou 270 desabrigados para seis abrigos. Quarenta e cinco casas foram destruídas e 200, danificadas. A Defesa Civil enviou colchonetes, kits de cama e kits de higiene.
Em Angra dos Reis, o rio Perequê, no distrito de Mambucaba, transbordou e houve uma enxurrada no rio Caputer. Nove casas foram destruídas e 38, danificadas.
O registro da Defesa Civil é de que 320 pessoas ficaram desalojadas, 160 desabrigadas, 2.380 foram evacuadas de áreas de risco e três ficaram feridas. Foram enviados colchonetes, cobertores e água.
Chuvas atingem nove municípios no Estado do Rio
Ainda na Costa Verde, Mangaratiba também sofre com as consequências das chuvas. Houve rolamento de pedras na BR-101 e na estrada Junqueira.
A cidade não registrou vítimas, mas o número de desalojados chegou a 90 pessoas. Cinco edificações foram danificadas e uma, destruída.
Na região de Constância, houve desabamento de muro, com destruição de uma casa. Em Conceição do Jacareí, várias pessoas foram evacuadas. Em Fazenda Inhaíba, RJ-014, Ribeira, Axixa, Parque Bela Vista, Palha e Cachoeira 1 e 2 houve deslizamento, segundo a Defesa Civil.
Na região serrana, Teresópolis e Petrópolis continuam em estado de alerta devido à chuva que atinge todo o Estado. Os rios Bingen e Piabanha transbordaram em Petrópolis, e houve escorregamento nos bairros Alto Independência, Siméria, São Sebastião. Três casas foram destruídas e quatro, danificadas. Trinta pessoas estão desalojadas. Foram montados dois pontos de apoio e dois abrigos em Alto Independência e Siméria. A Defesa Civil mandou colchonetes, kits camas e kits de higiene para o município.
Em entrevista à Rádio Nacional, o prefeito de Petrópolis, Rubens Bomtempo, informou hoje que cerca de 30 pessoas ainda estão desalojadas em casas de parentes e que o serviço de engenharia da prefeitura está fazendo o laudo técnico para saber se houve perda total ou parcial dos imóveis dos moradores.
"Acabamos de assumir a prefeitura, e ainda estamos dando um diagnóstico muito superficial da situação”, disse. “Este período é muito crítico, por isso é muito importante contar com a colaboração de todos. Nós estamos trabalhando de maneira muito entrosada com a Defesa Civil. Com a diminuição da chuva e a queda de temperatura, tenho a esperança de que nós conseguiremos melhorar a limpeza da cidade, que estava cheia de lixo, uma situação bem similar à de Caxias [município da Baixada Fluminense]", acrescentou Bomtempo.
Em Teresópolis, houve transbordamento do rio Paquequer, e 50 pessoas estão desalojadas. Os bairros do Alto, Vale da Revolta, Caxangá e da Várzea tiveram alagamento. As sirenes de alerta foram acionadas em Caxangá, Perpétuo, Pimentel, Rosário, Vale da Revolta e Santa Cecília, e as pessoas deixaram as localidades.
Mesmo com a diminuição da chuva, o risco de deslizamentos na cidade também preocupa as autoridades. De acordo com o último boletim da Defesa Civil, divulgado hoje, 50 pessoas estão desalojadas. Não houve registros de ocorrências na noite de ontem (3) nem na madrugada desta sexta-feira. Treze moradores da Ilha do Caxangá, no bairro do Caxangá, foram encaminhados para um ponto de apoio da prefeitura, após a queda de uma árvore. Além do bairro Caxangá, sete áreas permanecem em estado de atenção: Santa Cecília, Vale da Revolta, Fonte Santa e Quinta Lebrão, assim como as comunidades do Rosário, Pimentel e Perpétuo, no bairro de São Pedro, onde os agentes fazem vistorias para confirmar o número de desabrigados.
Segundo a Defesa Civil de Teresópolis, nas últimas 24 horas houve um acumulado de 70 milímetros de chuva, volume máximo registrado este ano no bairro da Tijuca, onde fica a sede do órgão. A chuva também obrigou as autoridades a interditar a BR-116 no trecho da serra na madrugada desta sexta-feira. O bloqueio vai do km 89 até o km 104, entre Guapimirim e Teresópolis. Segundo a Concessionária Rio-Teresópolis (CRT), que administra a via que liga o Rio a Teresópolis, a medida foi tomada por precaução por causa do alto risco de deslizamentos. O trecho, que deveria ser liberado às 19h45, só deve ser aberto ao tráfego às 22h, segundo a empresa.
Uma enxurrada no rio dos Bois, em Seropédica, deixou 17 casas danificadas e 35 pessoas desalojadas. (Com Agência Brasil)
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